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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Torixoréu + Barra do Garças

Antes de continuar a história, (re)lembro que as partes entre parênteses são comentários de hoje sobre o que escrevi no caderninho lá atrás.

28/08/2019: Quarta. Prolonguei por mais um dia minha estadia em Torixoréu. Ontem, quando eu cheguei, não consegui nada pelos meios comuns (os que relatei no post anterior e que estou acostumado a procurar quando chego numa cidade). Conversando com uma menina do couchsurfing de Barra do Garças, que eu já combinei que vou ficar na casa, me falou que tem uma amiga mais velha dela que mora aqui e que ia ver com ela se podia me receber. A princípio ela não conseguiu contato. Me falou o nome e as referências para cidade pequena (mãe de tal pessoa, tia de fulano, irmã de ciclano e assim por diante). Comecei a perguntar, então, quem conhecia. A primeira não conhecia. Resolvi ir na igreja católica ver se a secretária da paróquia conhecia, mas já estava fechada. Na volta, cruzei com uma senhora na rua e perguntei se ela conhecia. Ela disse que sim e me falou onde era a casa. Quando cheguei, ela já estava na porta me esperando com um sorrisão. "Você é o amigo da fulana (a menina do couchsurfing), né?". E estou aqui. Vou embora amanhã para Barra do Garças. Aproveitei o dia hoje para tomar banho de rio em dois pontos. Fotos na sequência.

Praia no Rio Araguaia em Torixoréu. Ao fundo, a ponte que liga a cidade mato-grossense à cidade de Baliza-GO, do outro lado do rio
 
Mesmo ponto da foto anterior, olhando para "cima" do rio

Segundo ponto, e o mais bonito, onde tomei banho. Uma praia maravilhosa. Esta faixa de areia é bem grande

Esta é a "Pedra da Baliza", que é o nome da cidade goiana do outro lado do rio. Conversando com um pescador, ele me disse que o rio passava, no sentido em que olhava para a pedra, do lado direito, deixando a pedra na margem goiana. Porém, há mais de 50 anos, o rio mudou seu curso e hoje a pedra está do lado mato-grossense, mas o nome do local permaneceu o mesmo.

O pescador que me contou a história acima. Infelizmente, não lembro seu nome

Após a "Pedra da Baliza", subindo o rio

29/08/2019: Quinta. (Dia que parti de Torixoréu, com destino a Barra do Garças. Relato escrito antes do pedal). Finalmente conseguindo sair antes das 8h (9h em Brasília e no horário local, que não era o que eu estava seguindo. Mantive meu relógio no horário do Amazonas). Vou pegar menos sol e espero que renda melhor o pedal. Vou pegar um trecho de terra, pra variar, mas espero chegar lá na hora do almoço. 56km pela frente, vamos embora!! Já tenho uma casa para ficar lá - bendito couchsurfing (saudade de quando não era pago) -, mas a pessoa só pode me receber a partir das 17h. Acho que vou ficar tomando banho de rio até lá...

(Após o pedal) Cheguei faz duas horas (às 11h30), mas só agora consegui internet. 56km em 2h40, bom demais, né? Só que não. Depois de uns 7km mal pedalados, em muita areia, o bagageiro ficou bambo com todo o chacoalhar por causa de todo o percurso em terra que peguei, juntamente a todo o peso que carrego. Tentei soltar os parafusos, mas não tinha as ferramentas. Uns 10min depois, quando eu comecei a pedir ajuda, um carro parou e eu perguntei se ele tinha alguma chave para eu poder soltar os parafusos. Ele não tinha e ofereceu carona. Era uma picape pequena e precisei desmontar a Frankenstina quase toda pra caber. O cara me deixou numa bicicletaria e foi embora, mas já estava fechada para o almoço. Só abriu agora (13h30) e vim tentar consertar. O cara tá dando uma soldada agora na chapa de ferro, direto no bagageiro. É uma gambiarra que vai durar por mais algum tempo. Como a Frankenstina foi montada comprando as peças separadamente, não tem bagageiro próprio pra ela em lugar nenhum, só por encomenda e é muito caro. Agora, vou tentar almoçar e depois procurar um rio para banhar, até dar a hora de ir pro meu pouso.

Depois que a bike ficou pronta, fui lá tomar o banho de rio. Tô viciando nesse negócio de mudar de estado. Fui pra Goiás de novo e já tô no Mato Grosso de volta!!! Tomei banho numa praia no encontro dos Rios Araguaia e Garças (do lado goiano, na cidade de Aragarças). O rio aqui é bem mais largo, já era em Torixoréu, comparado ao que era em Alto Araguaia e em Ponte Branca. A visão não é das melhores, na foto verão o porquê, mas, se olhar para outro lado, fica bonito. Depois subi até o shopping - fazia tempo que não ia em um - se bem que não entrei, só sentei ali na entrada pra pegar o wi-fi, pra falar com minha anfitriã. Vim pra casa dela, o que só isso já valeu pela pedalada que não fiz. Que subida mizerávi!!!! (Isso porque, o GPS me mostrava um outro caminho, que tinha uma outra subida, com um grau de inclinação muito maior, que eu me recusei a subir. Eu duvido que alguém já tenha conseguido subir aquela rua de bicicleta, sem ter sido empurrando-a. Ainda mais com ela cheia de carga!) Ela me perguntou dos meus planos para hoje e amanhã. Falei que, para hoje, não tinha nada e, para amanhã, o lugar mais perto possível (não pedalei muito, mas cansei da subida, sério, ela era muito cansativa). Então, ela me falou que eu não ia pra lugar nenhum (sozinho) amanhã, porque eles vão para Nova Xavantina, cidade a 130km daqui, visitar umas cachoeiras lá e que eu ia com eles. E que, hoje à noite, vai ter uma peixada com um casal de viajantes de Kombi (numa casa de um casal amigo deles). Eu só falei: Sim, senhora e amém! Vou ganhar uma peixada e uma cachoeira. Ou 4, porque em um lugar tem 3 e em outro tem uma, podendo até ter mais. Pelo que vi no vídeo, o lugar é sensacional. Parecia água de Bonito-MS!!! Por enquanto, fiquem com as fotos dos rios Araguaia/Garças. Até a próxima, pe-pessoal.

De cima da ponte, sobre o Rio Garças. Logo à frente, após a mata, do lado direito, o encontro dos dois rios, onde termina o Garças e continua como Araguaia. A ponte é alta assim, pois o rio sobe muito seu nível na época das chuvas. Agosto é quase o final da época seca. Neste dia, fazia quase 4 meses que não chovia

Friboi\JBS estragando a visão. Mas, bom seria, se fosse só a visão. Se não poluíssem o ar e o rio

Visão muito melhor. Tirei esta foto de um restaurante remanescente na beira do rio. Junho, julho e agosto são os meses da "temporada de praia" na cidade. Época de calor e nível baixo do rio, quando aparece esta faixa enorme de areia e a praia enche de restaurantes e banhistas 

Clima delicioso e uma visão semelhante

715km pedalados entre cidades.

2 comentários: