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domingo, 17 de maio de 2020

Desbravando o Pantanal sul-matogrossense, parte 5/6

Eu me mudei no dia em que tinha outro serviço de intérprete agendado para o Pantanal e Bonito. Cheguei, deixei minhas coisas e já saí para me encontrar com o motorista para buscarmos o casal suíço que eu iria acompanhar nos passeios. Onde eu aluguei, era um quarto com cama de casal só pra mim numa casa com piscina, tendo o meu quarto uma porta direto para a área da piscina. Fiquei lá apenas dois meses, acompanhado da dona da casa, uma senhora por volta dos 70 anos, sua filha, uma estudante de medicina ou enfermagem ou algo do tipo e um policial que se revezava entre Campo Grande e Rio Negro, cidade onde havia nascido, cada um no seu quarto, mas compartilhando da casa toda, principalmente da cozinha. Depois de algumas semanas, a dona da casa comprou uma mesa e cadeiras de plástico para deixar na varanda ao lado da porta do meu quarto que dava para a piscina, que se tornou o lugar onde eu passava a maior parte do meu tempo. Ali eu assistia filmes/seriados, comia, estudava francês (preciso voltar... algum dia) e, de vez em quando, parava tudo para dar um mergulho e me refrescar do calor de Campo Grande.

A alimentação por lá é muito barata. Eu achei um restaurante perto de onde morava que vendia uma marmita por 18 reais que me alimentava BEM por 3 dias. Mas era bem mesmo, não era só o suficiente, eu comia bem por 3 dias com uma marmita de 18 reais. Fora os restaurantes que vendiam PF por R$5,00, mas eram um pouco longe de onde eu morava, ficavam no centro da cidade.

No mês de novembro/2018, fui para SP visitar minha família. Passei um mês lá e, assim, saí da casa e voltei ao hostel quando retornei ao MS.

Mas vamos falar da minha quinta ida ao Pantanal sul-matogrossense. Como eu falei, era um casal suíço, da parte alemã do país,de meia-idade (por volta dos 50 anos). Eles haviam reservado 3 noites na fazenda Baía Grande, na cidade de Miranda, que é a mesma cidade onde a guia paranaense, que eu havia conhecido, trabalhava. Tentamos combinar de ela passar alguns dias lá na fazenda conosco, mas não deu certo, ela não conseguiu liberação do trabalho. O casal era animado e bem humorado, mas bem ao estilo alemão: as piadas não pareciam piadas e a risada parecia forçada e mecanizada.

A fazenda tem esse nome por haver um enorme lago um pouco afastado da sede, próximo ao Rio Miranda. Chegamos lá por volta das 20h e só pudemos jantar e descansar da viagem longa. Aliás, comida deliciosa da janta. No dia seguinte, acordamos e fomos tomar café acompanhados de inúmeros tucanos que se deliciavam com frutas depositadas pelos funcionários da fazenda ao lado do refeitório.

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Alguns tucaninhos que ficavam rondando à espera de comida (uma prática agradável aos turistas, mas prejudicial aos animais)

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Um dos pontos de alimentação dos pássaros

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Árvores em todo o entorno de area de hospedagem

Eu me encantei pelo canto deste pássaro e também pelo movimento que ele faz ao cantar. Parece um laser sendo disparado. Este é um Japu, conhecido no Pantanal como Japuguaçu

Nosso primeiro passeio foi um safári logo de manhã. Infelizmente não vimos muitos animais, apenas um ou outro veado (mas bem distantes), um tatu, e vários pássaros. Talvez pelo fato de fazemos o safári em um trator extremamente barulhento. Espero que a fazenda tenha trocado de veículo. Estávamos no auge da seca, então quase não encontramos água por onde passamos, havia apenas algumas pequenas lagoas onde alguns jacarés descansavam e uma um pouco maior, onde demos uma parada por algum tempo.

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Jacarés acostumados com (pra não dizer treinados por) os guias, na lagoa maior, mas não a que dá o nome à fazenda

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O tatu que vimos em nosso passeio.

Nosso passeio da tarde foi outro safári que, novamente, não vimos muitos animais, infelizmente. Acredito que a época também não ajudou muito, no auge da estação seca, os animais evitam percorrer longas distâncias.

À noite, fiquei conversando com o dono da fazenda, um cara muito gente boa e de papo gostoso e fácil. No dia seguinte, teríamos os dois melhores passeios desta nossa ida ao Pantanal: pela manhã, tivemos uma cavalgada e pela tarde conhecemos, finalmente, a tal da "Baía Grande" com pescaria (esportiva) de piranhas, com direito ao maravilhoso por do sol pantaneiro. Na cavalgada, pela manhã, eu já estava me achando O cavaleiro. Tive menos dificuldades do que da primeira vez, mas o passeio não foi tão legal, tanto por não ter mais a sensação de ser a primeira vez, como por passarmos só por terra secas. Não avistamos muitos animais novamente, o que me faz pensar que talvez seja a região que seja "abandonada" pela fauna pantaneira...

No passeio da tarde, o da pescaria de piranhas na baía, fomos em um grupo maior, com gente que havia chegado de manhã. Pra quem leu, e se lembra, das outras vezes que fui pescar piranhas, em uma, eu estava tremendo de frio e não consegui pegar nada e, na outra, havia muita gente e poucos pegaram, mas eu ajudei a alimentar várias. Hehehe. Desta vez não havia tantas pessoas, a área de pesca era maior e fazia um calor agradável, portanto não havia desculpas. E consegui. Fui quem mais conseguiu pescar e peguei algum outro peixe, que não me recordo qual, que foi usado como isca para o anzol.

A baía grande

Uma das piranhas que peguei (eu pego e mostro)

Após alguns momentos de pesca, dois jacarés foram se aproximando lentamente da nossa balsa, já sabendo que era hora do lanche e os guias fizeram um showzinho com eles para os turistas. Após o showzinho, pudemos apreciar um magnífico por do sol, o maior espetáculo que apreciamos nestes dias em que lá estivemos. Voltamos, enfim, para a janta e para nossa última noite em terras pantaneiras.

Espetáculo. Não eu, o por do sol.


Já na volta para a sede da pousada

Showzinho com os jacarés

No dia seguinte, fomos cedo para Bonito fazer os passeios que estavam agendados, mas fica para um outro post.