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05-Prêmio de consolação

Prêmio de consolação. Algo que, em toda a minha vida de competições, esportivas ou não, nunca me atraiu, nunca me animou, nunca teve sentido pra mim. Ou você ganha, ou você perde. Não valorizo bronze. Nem prata. Ou é ouro, ou não é nada.

Eu havia ganhado o ouro. No dia 19/07/2014, fui coroado com o ouro. A aliança passou da mão direita, para a mão esquerda. Mas, não me refiro ao metal ouro, material usado para fazer a aliança. Refiro-me àquela que me fez ser vencedor. Aquela que me completou, me elevou, me animou, me atraiu e fez sentido total pra mim. Aquela que se tornou O sentido. A minha esposa. Aquela que disseram ter sido “separada”, “escolhida” para mim, desde antes da fundação do mundo.

Mas, no dia 23/02/2016, o ouro me foi tirado. Eu perdi O sentido. O ânimo. A atração. A verdade é que, a única “separação” que teve antes da fundação do mundo, foi esta. “Escolha”, não tive alguma. Mesmo em meio a todos os pedidos, a “escolha” já havia sido feita: sofrimento eterno. Então, o que restou foram os “prêmios de consolação”, como se eu ainda pudesse ganhar alguma coisa, ou houvesse algum consolo. O álbum de fotos, a aliança, vídeos onde posso ouvir a voz e a risada novamente, fotos com o sorriso mais belo que já vi e onde eu estou sorrindo, verdadeiramente feliz... Não são prêmios. Muito menos consolo. Não existe o “pelo menos ainda dá pra ouvir a voz”... São apenas atestados, de que um dia eu provei do amor e da felicidade. E que, no outro, eu provei do desprezo e do abandono, daquele que prometeu estar comigo todos os dias, até o fim dos tempos. “Mas ela está em um lugar melhor”. E eu estou no inferno sem ela.

Então, algum tempo depois, o ouro me foi tirado novamente. Desta vez, o metal. Desta vez, não sei a data. Como se não bastasse o sofrimento, que agora faz parte de mim, o símbolo da melhor parte da minha vida, se foi, por um assaltante armado com um facão. “Ou passa a aliança ou perde os dedos.” Devo dizer que, nos poucos segundos (se é que passou de 1 segundo aquele momento) que tinha de tomar a decisão, me foi tentadora a proposta. No entanto, sucumbi e ela se foi. Pouco a pouco, as coisas vão-se indo. Qual será a próxima a se perder?

“O que Deus uniu, não separe o homem.” Deixa que ele mesmo encarrega-se disso. E o faz com excelência. Cobre todas as áreas, até você se encontrar totalmente abandonado e sozinho.


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