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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Cidade de Rochedo

Seguem mais relatos do caderninho. Lembrando que as partes entre parênteses são comentários de hoje.

20/12/18: Ajudei a carpinar. Ou tentei, pelo menos. É muito difícil! Além de minhas mãos não estarem acostumadas, fiquei com 2 calos e uma parte sem pele no dedão esquerdo. Aguentei 1h30 e morri. Fui tomar banho e dormi. Acordei na hora do almoço e fui comprar marmita. Depois do almoço, cama de novo. Não sei se é o calor, o esforço da enxada, o cansaço do pedal, ou tudo junto. Acordei, no meio da tarde, com uma chuva forte que frustrou meu plano de ir à cachoeira. Mas tudo bem, porque o seu Valdevino me convidou para dar um rolê pela cidade. Me mostrou o alojamento que possui (onde moram trabalhadores rurais) e me falou dos planos que tem para negócios futuros e sobre o que eu poderia fazer para estar junto (falou sobre eu dar aula de educação física ou inglês, em escolas que ele conseguiria para mim. Queria que eu ficasse lá de qualquer jeito). Me mostrou também o Rio Aquidauana e a Cachoeira Dos Diamantes (que fica dentro da cidade, quase em frente ao alojamento. Tem esse nome, pois foi ponto de garimpo em décadas passadas, apesar da forte correnteza). Para mim, é uma corredeira apenas, mas ok. Novamente me contou seus planos de negócios, desta vez no turismo (eu havia falado pra ele que morei em Bonito e ele me disse que tinha interesse em aumentar o turismo na cidade). Discordei, para mim mesmo, do que ele gostaria de fazer (que era algo como uma ponte ou deck para contemplar a tal "cachoeira", que é uma corredeira baixa. Existe um ponto, onde é possível ficar quase de frente à cachoeira sem precisar desta ponte/deck poluindo a paisagem. Falou também do desejo de fazer passeios de barco, subindo e descendo o rio com turistas, porém eu não sei como seria viável; o rio, além de não ser muito fundo, é cheio de pedras e quedas d'água. Em resumo, não é navegável). Espero que não consiga, ou que venha alguém com maiores conhecimentos, e o faça repensar (eu não sou expert em turismo. Aliás, meu conhecimento é muito limitado e empírico). Lá no rio, encontrou um casal de amigos e começaram a falar sobre o descaso das autoridades com o turismo na cidade. Ao final da conversa, a mulher jogou sua bituca de cigarro nas pedras às margens do rio, o que me fez rir pela ironia, mas não achei que deveria falar algo, pois sairia com raiva (eu estava furioso, ao mesmo tempo que dava risada internamente). Seguindo o passeio, fomos a um bar jogar sinuca e tomar cerveja. Pediu 3 fichas e fomos jogar. Perdi a primeira partida, o que é comum para mim, não sou exímio jogador (aliás, perdi por muito. Fizemos o jogo da maneira errada. Ele acabou ficando com 8 bolas, + a 8, enquanto eu fiquei só com 6 e nem consegui derrubar todas as minhas para chegar na bola 8). Porém, ganhei as outras duas. A primeira derrota ativou o meu modo competitivo. Voltamos ao hotel e ele continuou falando dos seus planos para que eu ficasse na cidade. Eu disse que iria pensar e daria a resposta, apesar de não ter a mínima vontade. Por consideração, não quis recusar na hora. Amanhã é o dia de conhecer a cachoeira. Espero que seja melhor que a Dos Diamantes. (Ele não me cobrou esta diária, apesar de eu não ter ajudado em quase nada com a enxada. Aliás, ele ficou todo preocupado com minha mão, pois não queria atrapalhar minha viagem. Neste dia eu não tirei fotos. Eu não sabia que iríamos ver uma cachoeira e acabei não levando o celular, mas a paisagem não era tão bonita, também. A água é barrenta e era uma queda baixa).

21/12/18: Acordei cedo, decidido a ir â tal Cachoeira do Sossego. Seu Valdevino me indicou onde eu encontraria a pessoa responsável (o "alemão"), já que fica numa propriedade particular. Fui até o local (ainda na cidade) e falei com a esposa do alemão. Ela autorizou e disse que avisaria ao tal alemão. Peguei minha bike e parti. Uns 40min depois, cheguei (o caminho foi bem tranquilo. Plano, sem muito carro, sem muita areia e foi um pedal rápido). Eram mais duas corredeiras, que chamam de cachoeiras. Nadei um pouco em cada uma, em lugares um pouco distantes das quedas, devido à correnteza e à quantidade de pedras. No caminho, vi algumas pegadas que acredito serem de jaguatirica ou onça filhote, mas ficou só na pegada. Tirei um cochilo à beira do rio e também a roupa para nadar. Voltei para o hotel e fui dormir. Acordei e fui comer um açaí. Ficou um pouco caro, R$29,00, porque foi por quilo e eu tava com fome, mas valeu a pena. Recarregou as energias e refrescou do calor, ao mesmo tempo. Agora são 21h10 e estou indo dormir para pedalar amanhã rumo à cidade de Rio Negro. (Durante o dia, em meio a agradecimentos, avisei ao seu Valdevino que iria embora no dia seguinte. Para ir à Cachoeira do Sossego que visitei, passei por um posto da polícia ambiental, que fica dentro da propriedade do "alemão", a quem eu só encontrei na hora que estava indo embora. Ele me falou que sua esposa o tinha avisado da minha ida. Os policiais, logo quando cheguei, tinham me aconselhado a ficar longe da queda, pois é bastante perigosa e falaram de uma "prainha" onde daria para eu, ao menos, entrar na água. Foi onde eu consegui me molhar).

"Cachoeira do Sossego". Realmente era bem sossegado. Tive medo de aparecer algum bicho, mas a correnteza era realmente forte. Difícil ter animais em águas assim. Eu mesmo, quase não entrei no rio direito.

4 comentários:

  1. Poxa, Seu Valdevino... comece conscientizando a não jogarem lixo em lugar que não é destinado ao mesmo... poxaaaaaaaaaa

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  2. Muito interessante sua jornada,foi o pastor Sanches que me indicou seu conteúdo, tudo de bom para você.

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