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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Série atrativos de Bonito e região, parte 06

Hoje vou falar sobre uma de minhas paixões, que são cachoeiras. E o atrativo escolhido é o que, em minha opinião, é o melhor passeio de cachoeira de Bonito, mesmo não ficando em Bonito, está localizado na cidade de Bodoquena, a aproximadamente 70km de Bonito. Estou falando da fazenda Boca da Onça. Este passeio é um daqueles que a descrição escrita do passeio não faz jus ao que você encontra ao chegar lá e fazer a trilha. Eu precisei fazer o passeio para realmente entender e poder mensurar o quão maravilhoso ele é.

Saída marcada para 7:30 da manhã, lá estava eu, com câmera subaquática emprestada e empolgação. Não só porque iria tomar banho de cachoeira, mas também porque haviam me falado e mostrado coisas sobre uma das cachoeiras, o Buraco do Macaco - vou falar mais pra frente - e também porque seria a primeira vez em minha vida que faria rapel (consegui cortesia pro rapel também, yay!!!).

A viagem foi tranquila, estrada boa mesmo após sairmos do asfalto. Chegamos no receptivo do atrativo e recebi uma plaquinha indicando o grupo que eu iria fazer parte junto da orientação para o local de treinamento do rapel. Uma plataforma de uns 8 ou 10m de altura onde foram passados os procedimentos para chegar na hora já sabendo o que fazer e poder apreciar melhor a descida.

Entrada do atrativo

Após o treinamento, pude aproveitar o tempo restante para a saída comendo o delicioso café da manhã servido no restaurante. Mini chipas, queijo, manteiga e requeijão feitos na fazenda com leite tirado do gado próprio, leite (óbvio), bolo, pão caseiro, pão de queijo... Tudo feito lá e tudo maravilhoso.

Depois de abastecer o bucho, fomos chamados pelo guia. Nos dirigimos ao início da trilha de camionete onde o guia passou as instruções e informações, como de costume.  Iniciamos indo todos até a plataforma do rapel, onde tínhamos uma vista espetacular do vale do Rio Salobra, onde os rios das nascentes que formam as cachoeiras deságuam. Como só eu e mais uma pessoa do grupo iríamos fazer o rapel, o restante do grupo se dirigiu até a escada para iniciar a descida dos 886 degraus, se não me engano. São quase 900, sei que é degrau pra caramba!!!

Visão do vale da plataforma de rapel

Enquanto eles desciam pela escada, eu e o meu companheiro descíamos pela corda do maior rapel de plataforma do Brasil. São 90m de descida livre. Quando estávamos prontos para descer, com todo o equipamento posto em pé sobre a portinhola por onde iríamos descer, que estava fechada até então, estava tudo tranquilo. Quando o guia abriu a portinhola que eu olhei pra baixo e vi o abismo, senti um frio na barriga súbito, com um misto de empolgação e medo (mais medo do que empolgação). Porém, quando "sentei" na cadeirinha (as cordas formam meio que um apoio para sentar), que a minha visão se dava pra frente e eu via todo o vale e o derredor, o medo foi embora e eu simplesmente apreciei a descida que durou cerca de 8 minutos.

Eu e meu companheiro de descida

Quando chegamos ao final da descida, ainda havia metade da escada para descer. O grupo já havia passado por ali, então fomos ao seu encontro. Paramos em um dos vários pontos de descanso/mirante onde o grupo estava. A escada pode tanto ser subida quanto descida. Quando tem gente agendada para fazer o rapel, o grupo desce a escada. Quando não tem ninguém agendado pro rapel, apenas pra trilha, depende da sorte de começar o passeio descendo ou subindo quase 900 degraus, sendo que a subida é após 5h de caminhada... As duas vezes que fiz o passeio eu dei sorte e desci a escada. Porém, na segunda, não teve rapel, foi a escada toda mesmo. Neste ponto de descanso, o guia tirou a foto "clichê", mas divertida, e eu entrei na brincadeira.

Vista de baixo da plataforma de rapel com a cachoeira à esquerda

Foto clichê do passeio

Quando o grupo começa o passeio descendo a escada, a primeira cachoeira é logo a que dá nome ao passeio e à fazenda: a Boca da onça. Maior cachoeira do estado do Mato Grosso do Sul com 152m de queda, se não estiver enganado. Mas acho que é isso mesmo. Apesar de parecer ser artificial, é bonita e tem um poço, que também parece artificial, bem gostoso pra banho.

A cachoeira Boca da Onça. Em tempo de seca da pra ver melhor a formação que lembra uma cara de onça atrás da cachoeira

Tomando banho no poço


Dali, voltamos pra trilha e seguimos para mais uma parada para banho, desta vez numa prainha no rio Salobra. Água bem verde, quase esmeralda, geladinha para refrescar da caminhada e com uma profundidade razoável para aproveitar e nadar mais solto, com uma visão da cachoeira Boca da Onça de outro ângulo.

O ponto do rio para banho

Visitantes enfeitaram minha mochila na parada da prainha

Seguimos então a trilha a caminho das cachoeiras seguintes. Não lembro o nome de todas, até porque apenas 3 cachoeiras possuem paradas para banho, as outras 4 são apenas para contemplação, mas a seguinte só não é a melhor porque tinha a Buraco do Macaco ainda mais pra frente. A Poço da Lontra é uma cachoeira pequena, com aproximadamente 3m de queda, se é que chega a tudo isso, mas tem um poço sensacional para tomar banho. Começa bem rasinho até que chega a ter uns 4m de profundidade e o poço se estende até uma reentrancia após a queda. Lugar bom para mergulhar, saltar das pedras e tomar uma massagem. Só não é 100% graças aos peixes pequenos, tipo lambari, que ficam beliscando nossa pele. Principalmente a mim, que tenho muitas pintas e eles acham que é comida.

Poço da lontra

Não seguindo a ordem exata das cachoeiras, deixarei a Buraco do Macaco pro final. As seguintes cachoeiras são apenas para contemplação. Seja por preservação das trufas calcarias (que eu explico o que são aqui: https://pedaladordehistorias.blogspot.com/2019/09/serie-atrativos-de-bonito-e-regiao.html?m=0 ), seja por medidas de segurança dos visitantes.


Duas das cachoeiras para contemplação que não me lembro os nomes.

Para chegar, enfim, à Buraco do Macaco, é preciso encarar outra escada, porém desta vez com aproximadamente 200 degraus "apenas". Chegando na Buraco do Macaco, a cereja do bolo, primeiro nos dirigimos a uma visão de cima da cachoeira. Podemos ver o rio descendo até chegar ao buraco. Mas afinal, o que é a Buraco do Macaco??? Ela é uma cachoeira que cai dentro de uma gruta, com uma abertura circular no topo. De cima, onde estávamos, podíamos ver tanto o rio, quanto dentro da caverna. Uma visão linda que só iria melhorar.

Vista de cima da cachoeira

Depois de ficarmos ali algum tempo, aguçando a expectativa e esperando o grupo anterior sair, nos dirigimos até a entrada da caverna, que se dá pelo leito do rio. Foi colocada uma corda guia presa dentro da caverna e esticada até o deck para auxiliar a entrada de quem não tem tanta destreza na água. A abertura é um vão de mais ou menos 1m de altura até o nível da água (lembrando que nesta época havia chovido bastante e os rios estavam bem cheios) com um teto rochoso que se estende por uns 2m até chegarmos ao "salão redondo" da caverna, com o buraco circunférico no teto e a água caindo sem parar ali dentro. É, definitivamente, o ponto alto do passeio e, graças a este lugar exclusivamente, que é, na minha opinião, o melhor passeio de cachoeiras da região de Bonito. A sensação é de estar em outro mundo. Dentro da caverna a profundidade é de uns 3 ou 4m. Apenas nas paredes que é possível se apoiar nas pedras e somente em um ponto que dá pra sentar nas pedras e em outro que dá para ficar em pé. Fora isso, não dá pé em lugar nenhum. Mas isso não impede que seja espetacular e nem de tomar uma massagem da cachoeira, que cai no meio da gruta.

Entrada da caverna

Que lugar!!!

Infelizmente, o guia pediu que saíssemos dali e fossemos embora. Eu poderia morar ali naquela caverna facilmente. O consolo foi que um almoço de fazenda nos esperava e, após 5h de caminhada e muita braçada e mergulho (tem um ponto de apoio com uma lanchonete com coisas pra comer e/ou beber) a fome era grande, e o almoço é incluso no passeio, bem como o café da manhã que mencionei no começo. Devorei aquela comida maravilhosa e parti pra sobremesa. Depois disso, relaxei nas cadeiras esperando a hora de partir. Não aproveitei a piscina com água (canalizada) de nascente nem o redario que tem no receptivo, mas não fizeram falta nenhuma. Já estava bom demais para um dia só. Agora eu só queria dormir.

2 comentários:

  1. Lucas meu querido! Quanta saudade eu sinto de você. a Nally esta chegando em novembro e perguntou por ti.
    Tamojunto na escolha da @bocadaonça #melhorpasseiodebonito.Volteaquihomem....kkkk

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