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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Uma quase nova cidade e uma nova cidade

Lembrando que as partes entre parênteses são comentários de hoje sobre o que escrevi no caderninho, lá atrás.

12/08/2019: Segunda. Saí de Alcinópolis às 8h, uma hora depois do que queria, após ter visitado um sítio arqueológico maravilhoso, tendo visto uma cidade super charmosa e jovem - eu sou mais velho que a cidade - e ter tido um notebook pifado, em direção à Costa Rica, que de "costa" não tem nada, fica no centro do continente. A viagem foi puxada, mas rendeu melhor do que o último trecho. Depois de uns 50km pedalados (na verdade, tinham sido 42km), com várias subidas, vi uma placa indicando uma cachoeira a 3km da estrada (era a Cachoeira das Araras). Resolvi desviar e ir. Cheguei na sede ao meio-dia. Me apresentei e conversei um pouco com o casal que mora lá, que logo fez a pergunta que eu queria ouvir: "Você já almoçou?". Respondi que não e, de pronto, Cleuza, me convidou a entrar, pois iria esquentar comida pra mim. Sentei para descansar e fiquei conversando com o Ismael, marido da Cleuza. Quando terminei de almoçar, o Ismael me falou que ainda faltavam 41km até Costa Rica (cidade que seria meu próximo destino) e uns 30km eram de terra. Já eram 14h e falei que não ia dar para conhecer a cachoeira, pois já estava tarde e iria chegar já de noite na cidade. Agradeci e já estava levantando para ir embora quando o Ismael falou para eu dormir lá, a fim de poder conhecer a cachoeira. Aceitei o convite e fui conhecer as cachoeiras, as duas. A primeira, mais alta, mais funda e mais bonita também. Mata bem fechada, linda. Só o ruim é que tem MUITO borrachudo. Ou você fica dentro da água ou vai embora. O poço é fundo e não arrisquei chegar até à cachoeira, pois eu estava sozinho (a cachoeira ficava um pouco afastada da casa. Também ficava bem pra baixo do nível da trilha, sendo acessada por uma escada alta, em espiral). Na segunda, bem menor, recebi uma massagem (apesar do nome "Cachoeira das Araras", não vi nenhuma por lá). 

Vida de e na estrada

Passarela de acesso à escada

Cachoeira das Araras. Lugar espetacular!

Segunda cachoeira, que não me lembro o nome

Lá não tinha internet, nem pegava sinal de celular, e o telefone fixo deles só funcionava depois das 20h, não me pergunte o porquê. Voltei, então, para a casa e esperei dar a hora do telefone funcionar e ligar pros meus pais, que já estavam quase desesperando pela minha falta de notícia, coitados (eles me disseram que já estavam ligando em delegacias e hospitais e entrando em sites de notícia para ver se havia acontecido algo. Fiquei com pena deles, mas eu não tinha mesmo como avisá-los). Depois, desmaiei na cama.

Fim do dia na casa do Ismael e da Cleuza. Coitados deles, ter de ver isso todos os dias, com duas cachoeiras em seu quintal

13/08/2019: Terça. Acordei de madrugada para partir, pois ainda tinha um longo caminho. Comi umas fatias de um bolo que a Cleuza assou e parti, com uma sacola a mais do que quando cheguei; ganhei cocadas que ela mesma faz com cocos que ela pega lá mesmo. Comecei a pedalar às 6h30. Após 10 ou 12km, cheguei numa rotatória onde tinha uma escolha a fazer: ou pegar 30km de terra em meio a caminhões levantando poeira, ou pedalar mais 70km pelo asfalto. Resolvi ir pela terra mesmo. A estrada era até boa, sem muitos buracos, pouca areia e pedras e bem lisa, batida. O pedal rendeu até que bem e, 5h depois, às 13h30, cheguei em Costa Rica, apesar dos caminhões das usinas/fazendas que levantavam poeira e me pintaram de vermelho/marrom. Mandei mensagem para o Fabiano, um guia que o Beto (meu amigo da Fazenda Igrejinha) me passou o contato e ele iria arranjar um lugar para eu ficar, mas só no final da tarde. Fiquei, então, fazendo hora até ele dar o ok. Fomos para a casa de um amigo dele que iria me receber. Conversamos um pouco e me instalei. Jantamos e, novamente, desmaiei.

Portal de entrada da cidade, com a Frankenstina descansando, pois ela também não é de ferro, é de alumínio

338km pedalados entre cidades.

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