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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Me estabelecendo numa cidade nova

Preparados para mais um relato sem fotos? Lembrando que, as partes entre parênteses, são comentários de hoje sobre o que escrevi lá atrás, no caderninho.


(Relato escrito em 19/02/2019): Terça feira. Hoje foi um dia meio inútil. Saí de manhã para tentar, pela última vez, ir ao dentista no postinho. Chegando lá, a dentista me falou que a agenda é mensal e só a partir de 01/03 que abrirá novas vagas. Fui passar em outro consultório, mas o dentista estava numa cirurgia e iria demorar. Ainda passei em outro, mas a dentista pareceu fazer apenas o simples. Ela ainda falou que talvez precisasse fazer canal no dente que já estava com canal feito... Voltei para a casa do padre e pedi à minha mãe ligar na faculdade de odontologia pegar informações. Depois de ligar, me falou que a agenda estava cheia para o semestre inteiro, que eu deveria entrar em contato em Julho para ver disponibilidade. À tarde, fiquei assistindo ao jogo Liverpool x Bayern de Munique. O 1º tempo até foi bom, mas já o 2º... Horroroso. Nem dava para sair à procura de emprego, pois deixei os currículos na Nai e ela estava trabalhando. Eu iria buscar de noite, mas estava chovendo e fiquei por aqui (se quer saber onde é o "aqui", leia o post anterior. Hahaha). Amanhã cedo vou buscar e já ir à luta.

(Relato escrito em 21/02/19): Ontem, quarta 20, não escrevi nada, porque não aconteceu nada. Fiquei o dia todo na casa do padre devido à chuva e, também, preguiça. Assisti a Atlético de Madri x Juventus depois de ficar o dia todo no youtube e jogando. De noite ainda saí, fui à casa da Nai terminar de pegar minhas coisas, principalmente meus currículos, para poder entregar hoje (Quarta). Ainda assisti a Corinthians x Avenida. Liguei quando estava 2x0 para o Avenida e tomei um susto, mas acabou 4x2 pro Corinthians. Hoje saí de manhã, mais tarde do que pretendia, para entregar currículo. Deixei em outra escola particular, acho que a única outra, também em alguns hotéis e restaurantes. O que aparecer tá bom. Então, voltei, almocei, dormi e fiquei novamente no youtube. Agora à noite, deixei minhas coisas quase todas arrumadas para mudar amanhã. Vou voltar para a casa da Nai pro fim de semana e depois ir para outro lugar, que ainda não sei onde.

(Relato escrito em 23/02/19): Ontem, sexta 22, segui na minha busca por um emprego. Deixei as coisas na casa do padre e saí pedalando. Voltei na hora do almoço e fiquei a tarde lá, até a hora que o padre chegou e pude sair para vir à casa da Nai. Ela saiu pouco depois, para ir ao aniversário de uma amiga, e fiquei sozinho. Hoje, sábado 23, acordei cedo e saí para ir a um balneário chamado "13 de maio". Lugar muito bonito, com águas cristalinas e uma cachoeira. Conversando com o Vitor, neto do dono e cozinheiro do bar, descobri que aquele lugar está inserido no município de Rio Verde de Mato Grosso, (apesar de ficar a 18km de Coxim, que fica a 45km de Rio Verde de Mato Grosso). Também ouvi suas histórias de apresentações do projeto que ele desenvolve há 2 anos, de estudos com a semente da Pitomba. Um menino de 16 anos, que já foi à Inglaterra para apresentar o trabalho que vem fazendo, mas que está interrompido por falta de incentivo e de materiais. Peguei o contato dele para tentar ajudar de alguma forma (ele me falou também que existe um sítio arqueológico no balneário, um pouco afastado do rio, que não é aberto à visitação e falei que seria bem legal se ele pudesse abrir para visitação. Eu tinha fotos deste local, mas devo tê-las perdido, pois não as encontro em lugar algum, infelizmente. Mas o lugar é bem bonito mesmo. Vale a pena ser visitado. Eu ainda subi um pouco o rio, explorei minimamente o local e cheguei a alguns poços legais para banho e para relaxar, longe da muvuca).

Na volta, pedalei por 10-15min e vi que tinha furado o pneu traseiro. Pedi carona para um pessoal que estava tomando banho debaixo da ponte. Consegui com uma caminhonete, que me deixou em frente à uma oficina. Acabei trocando eu mesmo a câmara pela que já tinha remendado. Isso serviu para eu chegar na casa da Nai, mas enchendo o pneu por 3 vezes pelo caminho, pois o remendo não pegou e ainda vaza. Mas, consegui chegar. A Nai saiu de novo para a festa de formatura da Universidade e estou sozinho de novo. Pelo menos tem internet.

(Relato escrito em 01/03/19): Estou desde o dia 24, domingo, na casa da Eliene, Marcilio, Gabriel e Ravi (graças ao "falido" couchsurfing - por ter se tornado obrigatoriamente pago. Plataforma que me ajudou muito e tenho certeza que já ajudou muitos outros viajantes). Andei bastante pela cidade entregando currículos. Nas andanças, aconteceram alguns fatos curiosos: Fui a um hotel onde o dono, um senhor de uns 70 anos, me disse que o movimento estava fraco, pois não estavam mais indo pescadores, turistas, gente de negócios... nem o "turismo sexual" estava acontecendo mais (pra todos que trabalham com turismo, tá aí uma "nova" área a ser explorada. Nova no estudo, não na prática). Algumas pessoas até pegaram meu currículo, disseram que poderia aparecer alguma coisa ocasional, mas nada surgiu. A Eliene que veio com a ideia de dar aulas particulares de inglês e, inclusive, já divulgou para amigos dela. Hoje, eu já tenho 5 alunas fechadas e vários horários ainda livres. Ontem, quinta 28, teve um evento, numa praça da cidade, com 3 bandas de rock'n roll. Acabei conhecendo o Bruno, que estava com uma camiseta do Hatebreed e eu precisei puxar assunto com ele (para conhecer alguém que, não só conhece, mas gosta de Hatebreed, numa cidade do Pantanal sul matogrossense). Amanhã, estou indo a Campo Grande passar o carnaval (a Eliene tinha uma viagem programada e eu não teria outro lugar para ficar, então resolvi visitar meus amigos no hostel, mas fui de carona. Deixei a Frankenstina na casa da Eliene, junto da maioria das minhas coisas e parti).

(Relato escrito em 07/03/19): Consegui ir a Campo Grande. Fiquei no hostel como "couchsurfing" (a Helena liberou na amizade, pois o feriado seria parado). Agora tem mesa de sinuca e de ping-pong no hostel. Conheci os novos "worldpackers" (plataforma de trabalho voluntário em estabelecimentos de hospedagem para mochileiros, cicloviajantes e todas as pessoas que vivem na estrada) e quase não saí de lá. Apenas fomos a um espetinho tomar cerveja e ao Parque das Nações Indígenas de bike, eu, Helena e Felipe (sobrinho e sócio dela). Foi legal, mas, de novo, eu tive o sentimento de solidão. Sem contar na grana que gastei nas caronas e com comida. Caronas, inclusive, que merecem ser mencionadas. Na ida, foi um casal na frente, com o filho bebê, de mais ou menos 2 anos, na cadeirinha no meio do banco traseiro, eu atrás do banco do motorista e a avó do bebê atrás do banco do carona. No começo da viagem, o bebê dormia. Na metade, paramos para que eles pudessem comer. Isso que dá querer viajar na hora do almoço. Ali, o bebê acordou e começou o inferno. A choradeira foi o de menos, criança chora, é normal. Mas, quando ele, finalmente, se acalmava, a avó queria empurrar água nele, ou a mãe somente olhava para trás, e começava o berreiro novamente. Depois de algum tempo, começou a chover forte, muito forte. Estava difícil de enxergar a estrada. Então, a mãe teve a brilhante ideia de tirar o menino da cadeirinha e ficar com ele na frente, até ele querer ir pro colo da avó e ficar pulando de colo pra colo, como se só a chuva não fosse perigosa o suficiente. Precisava ter uma criança pulando para lá e para cá dentro do carro. Já, a volta, foi bem mais tranquila. Só eu e mais um cara atrás, com um casal na frente. Sem chuva e sem paradas. Ainda rolou um rock'n roll no carro. 


Nesses dias que estive em Campo Grande, fez um ano que eu havia saído de São Paulo, mas não que eu tinha estado lá pela primeira vez. Isso será amanhã (08/03). Eu tinha me decidido a não ler meus relatos antes de completar 1 ano e vi que meu primeiro relato foi escrito dia 07/03/18, apesar de ter iniciado minhas viagens dia 04/03/18. Então, hoje, é o dia que eu posso começar a ler, apesar de ainda não ter começado. Voltei ontem (quarta, 06) para Coxim. Peguei minhas coisas na Eliene e voltei para a casa da Nai, depois de ter visto duas casas para morar. Fechei com uma e me mudo sábado, 09. Amanhã, começo a dar aula efetivamente. (A Nai me ajudou muito durante o tempo que estive em Coxim, nas minhas idas e vindas, tanto de cidade, como de casa, saindo de uma para encontrar outra. Me abrigou por várias vezes e sou muito grato por tudo o que fez por mim).

Um comentário:

  1. Lucas meu amigo, quanta saudade eu sinto daqueles dias em que sorriamos e partilhávamos gororoba.com no Hostel, nosso hostel foi um abrigo de muitas amizades, este é nosso maior legado. Um grande abraço cheio de bons sentimentos. Quando estiver no MS me avise e venha nos visitar.

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