Pouco depois de ter escurecido, começou a diminuir o grupo presente, até ficarem umas 10 pessoas apenas. Daí, começou a ter conversa de irem a uma lanchonete, que eu não sabia onde era. Do nada, o vereador levantou e foi embora, sem falar uma palavra. Acho que o convite para ficar na casa dele foi promessa de campanha. Já era perto das 20h e o jeito foi ir a um hotel. Estava louco para tomar um banho gelado e dormir, mas meus planos foram por água abaixo. Eu não sabia, mas Juscimeira é a "capital" mato-grossense das águas termais e todo o abastecimento de água da cidade é feito com água quente. O recepcionista do hotel me falou que eu tinha a opção de tomar banho quente, em um registro, e menos quente no outro. O jeito foi tomar um banho menos quente com água da caixa.
(Relato escrito em 23/09/2020) Sábado, 19. Tirei o dia para descansar e andar um pouco pela cidade. Nessa minha andança, notei que Juscimeira é uma cidade com muitos imóveis abandonados. Não sei se por causa da nova rodovia, que desviou o trânsito da cidade, mas parece estar morrendo. Passei por uma praça com quadra de basquete, pensei em voltar à tarde para ver se aparecia alguém para jogar e voltei para o hotel. Só lembrei de noite, quando saí para comer e nem fui à praça.
Domingo, 20. Saí de manhã em direção à Cachoeira do Prata, que fica a 15km da cidade. Saí às 7h30 de um dia nublado. O caminho é fácil, com poucas subidas fortes. O único trecho complicado é a subida após cruzar a ponte sobre o Rio São Lourenço, que é bem íngreme, esburacada e com areia, sendo impossível subir pedalando e igualmente difícil de descer. Não me perdi, por incrível que pareça. Obrigado placas de indicação do caminho.
Um Tamanduá-mirim morto na estrada. Provavelmente, atropelado. Triste que o meu primeiro avistamento deste animal maravilhoso tenha sido desta forma
O céu cinza pela fumaça das queimadas
Um Carcará (Caracara Plancus) na beira da estrada
O Rio São Lourenço. É preciso cruzá-lo por uma ponte estreita para chegar à cachoeira. Logo após cruzá-lo, uma subida com um grau de inclinação muito elevado, que era impossível pedalar, seja na ida ou descendo na volta, pela quantidade de pedras, buracos e areia fofa
Pássaro-preto (Gnorimopsar Chopi)
O outro lado do rio São Lourenço
Quando cheguei, já peguei a primeira de várias trilhas para o rio, para dar um mergulho e relaxar. Fiquei alguns minutos e saí para ir à cachoeira, que fica uns 800m pra frente. Antes de chegar na cachoeira, o barulho das caixas de som dos automóveis de pessoas SEM NOÇÃO, já se fazia escutar. Eu já imaginava que poderia estar assim (por ser domingo), mas fui para tentar não gastar mais uma diária no hotel. Foi inútil. Ainda tentei ir para outro ponto de banho, mas não resolveu. Nem as árvores, nem a água E NEM MERGULHAR, abafavam o barulho. Não aguentei ficar 10 minutos. Era melhor voltar os 15km e pedalar mais 30km no dia seguinte, pagando mais uma diária no hotel, do que não ter paz. O jeito foi ficar assistindo aos jogos do domingo, que me fizeram esquecer, de novo, de ir à praça ver se tinha alguém jogando basquete. Pior quem quando saí para jantar, vi um cara indo embora da quadra com uma bola de basquete.
Continua no próximo post.