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quarta-feira, 9 de setembro de 2020

A volta

Eu não costumo voltar para onde eu saí, mas, de vez em quando, isso acontece. Só pra relembrar e para alertar aos novos leitores, não que tenham muitos, mas as partes em parênteses são comentários de hoje sobre o que eu escrevi no caderninho na época.

Relato escrito em 05/02/19: Dia 01/02, sexta. Novamente, fiquei sozinho enquanto ela trabalhava. Na hora do almoço, a velha tradição (dela) do tereré antes da comida. De noite, fomos ao mercado para ela fazer as compras do mês. Pediu para entregar, só levamos algumas coisas urgentes. Pedimos pizza, cara e comum (aliás, as pizzas no MS e no MT são muito caras e de uma qualidade média pra boa. Isso é algo que eu sinto saudades de SP), abrimos alguns vinhos e celebramos.

Dia 02/02, sábado. De manhã, lavei minhas roupas e ficamos de ir na universidade e no "Cristo" (uma versão reduzida da estátua carioca) com uma amiga dela. No final, a amiga não quis "segurar vela" e não fomos, nem no Cristo, nem na universidade. À noite, fomos andar um pouco pela cidade. Fomos a 2 bares e no banco, dando rolê. Ficamos sentados na beira do rio vendo o pôr do sol.

Pôr do sol às margens do Rio Taquari


O "Godzila" de Coxim. Pelo menos pra mim

Dia 03/02, domingo. Fomos ao restaurante "Cantinho da peixada" com umas amigas dela. Foi legal, mas era uma grana que eu preferia não ter gastado. Depois, voltamos e ficamos em casa. Dormimos um pouco, de barriga cheia. Fiz uma marmita com o peixe que sobrou. À noite, arrumei minhas coisas para ir embora de manhã, voltar a Rio Verde de Mato Grosso.

Dia 04/02, segunda. Acordamos cedo para eu arrumar minhas coisas na Frankenstina e para ela ir trabalhar. Ela acabou saindo antes de mim por causa do horário e fiquei terminando de arrumar minhas coisas. Saí e fui à uma serralheria, cortar uma parte da caixa no bagageiro, para poder sentar direito no selim. Ainda usei o banheiro da serralheria, tava apertando já. O cara nem cobrou nada, mas dei R$5,00 pra ele. Tinha um shorts e uma camiseta que ainda estavam molhados da lavagem e deixei eles fora da mochila, estendidos na caixa. Estava descendo a rua, procurando um lugar para tomar café da manhã e o shorts começou a voar. O BURRO aqui, foi querer colocar o shorts no guidão. Resultado: o shorts enroscou na roda, travou o freio e lá vai Lucas pro chão. Levei mais de meia hora para soltar o shorts. Nem eu, nem a Frankenstina nos machucamos, mas perdi a camiseta (que eu gostava muito) que eu não encontrei, não sei onde foi parar. Isso me deixou com raiva de mim mesmo. 

Achei um lugar para comer e parti, de volta a Rio Verde, mas o pedal não rendia. Ainda com raiva, ficou pesado, ainda mais aliado ao fato de que eu estava voltando para onde eu já tinha saído, mesmo sabendo que eu iria conhecer um lugar novo. Depois de sofridos 20 quilômetros, não aguentava mais e queria pedir carona. Parei no pedágio, bebi água, respirei e decidi continuar. Afinal, estava na metade do caminho. Então, segui. Prestei mais atenção à música que tocava no fone e ficou um pouco mais leve. Passei pelo "Córgo Fundo" e tentei tomar banho grátis. Falei que estava viajando de bike e queria só dar uma relaxada por alguns minutos. A moça falou que eles costumam cobrar R$10,00, mas que, como era rápido, não iria cobrar. Fiquei 10-15 minutos na água e aliviou. 

Os últimos quilômetros foram bem mais leves. Cheguei na cidade e mandei mensagem para o Beto, que iria me receber em sua casa, na cidade, para, então, irmos à fazenda. Mandei do mercado, onde parei para comer a marmita e tomar um suco. Cruzei com a Everlin, que estava com o filho e a mãe. Me cumprimentou, bem sem graça, e foi embora. Fui, então, até a casa do Beto. Ficamos conversando algum tempo, deixei a Frankenstina lá e viemos para a "Igrejinha". Ele me disse que iríamos levantar as paredes do novo local para hospedagem que ele estava fazendo e que iria me dar as 3 refeições, por meio período de trabalho e, se eu trabalhasse o dia todo, ainda iria me remunerar. Eu disse que não precisava, que só casa e comida já eram suficientes, mas ele insistiu e disse que ele queria. Então, eu segui o que venho fazendo e aceitei. Não fizemos nada, pois já era quase noite. Ficamos só conversando, eu mais ouvindo do que falando, sobre histórias do passado, turismo, política e várias coisas até a hora de dormir.

Dia 05, terça. Acordamos cedo, prontos para levantar as paredes, quando, após o café e muita conversa, ele notou que algumas cabeças de gado do seu rebanho estavam doentes e mudamos os planos. Ele me pediu, então, para que eu cortasse a grama (dos fundos da casa dele) com o cortador, já que ele não tinha o remédio apropriado para o caso. Cortei uma parte de manhã e continuei depois do almoço e da "siesta", até a hora que começou a chover e me vi obrigado a parar, para não estragar a máquina. Ficamos, então, tomando tereré e conversando. Ele tem muitos conhecimentos e algumas teorias. Verdadeiras ou não, não dá pra saber, sobre vários assuntos e são interessantes de ouvir. Conversamos até a hora de dormir, relaxados para pegar pesado amanhã com o gado e o resto da grama no quintal.

(Não vou contar a quilometragem da volta, apenas em trechos "inéditos").

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