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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Nada é definitivo.

Já começo o textao de hoje com a foto da minha barraca. Depois de muito apanhar na primeira noite pra montar a barraca, peguei o jeito e apanhei menos na segunda. Agora, voltemos ao ponto onde paramos a história.

Meu segundo dia de passeios em Bonito se iniciava. Van marcada para 7h, café meio pronto, deu pra comer alguma coisa antes. Novamente fui o primeiro, mas tinha mais gente do hostel indo pro passeio. E, desta vez, todos para o mesmo. Tivemos uma parada prévia no Buraco das Araras mas não me interessou fazer o passeio, então fiquei aguardando na recepção. A estrada estava em reforma e tinha alguns trechos de terra, bastante difíceis pelas chuvas que caíam na época. Aliás, eu cheguei em Bonito uma semana depois de um fenômeno gravado em vídeo que fez bastante sucesso sobre a enchente que deu, justamente no passeio que eu estava indo fazer: a flutuação no Rio da Prata. (Link para o vídeo https://youtu.be/hpsugpjc3dE). Isto aconteceu porque choveu muito (muito mesmo) e o Rio Miranda, maior rio da região, onde deságuam quase todos os rios, encheu demais, o que fez com que os outros rios fossem represados pela própria água, enchendo assim todos os rios da região. Isso causou, além de sujar a água deixando-a turva, a destruição de decks/plataformas/escadas e até rochas deslocadas, mudando curso de rio e posição de cachoeiras. Mas também trouxe ariranhas, que não eram comuns, e causou a fuga/morte de muitos peixes.

Estes atrativos (Rio da Prata e Buraco das Araras) ficam numa cidade vizinha chamada Jardim a uma distância de 45km de Bonito (a fazenda Rio da Prata). O passeio consiste em uma trilha até a nascente do Rio Olho d'água, onde é feita a maior parte da flutuação, até chegarmos no Rio da Prata para o trecho final. É a flutuação mais longa de todas disponíveis na região. Incluindo a trilha, a duração é de 3:30 - 4h.

Chegamos por volta das 10:15 e meu grupo estava marcado para 11:30. Comi alguma coisa pois o almoço (incluso) seria servido só depois do passeio. Próximo da hora de sairmos, o céu ficou carregado e a guia sugeriu de que pulássemos a trilha, indo de carro direto para a nascente. Todos concordaram e eu já achei que iria perder outro passeio... Felizmente, não foi cancelado. Fizemos o passeio normalmente, apesar da minha briga com a máscara que não vedava direito e entrava água. Depois descobri que era por causa da barba. Ossos do ofício.

                  Água cristalinissima

Uma moça com Gopro tirou fotos minhas e me mandou. Muito obrigado.

Em determinado momento, quando a correnteza fica mais forte e saímos da água para caminhar um pouco, a guia avistou um jacaré dentro da água, mas eu já havia passado e não consegui retornar para ver. Passamos pela ponte que no vídeo estava submersa e voltamos para a água. Na segunda parada, chegamos no "vulcão", uma nascente a 3, 4m de profundidade que mexia e remexia a areia no fundo, parecendo que estava fervendo. Neste momento é possível fazer apneia e mergulhar para tentar pegar a areia (no resto do passeio, MUITO IMPORTANTE, NÃO PODE NADAR NEM MEXER OS PÉS para não levantar areia para quem vem atrás. É só flutuar MESMO). A roupa de neoprene aumenta a flutuabilidade do corpo, e não consegui chegar ao fundo, sem contar que a água saindo da nascente nos empurra para cima. Mas tentei.

Minha tentativa (frustrada) de chegar ao fundo

O último trecho, que seria a chegada no rio da Prata e a descida por alguns metros, estava "interditada", pois a água estava turva devido as chuvas que caíram semanas antes. Todo o percurso foi feito com o céu nublado, cinza, com ameaça de chuva, mas isso não tirou a beleza do passeio de forma alguma. Apenas "diminuiu". Voltamos então para a recepção para matar a fome. Que comida deliciosa!!! Experimentei sopa paraguaia pela primeira vez. Como o nome diz, comida típica paraguaia, que de sopa não tem nada. Até a sopa é falsa no Paraguai!!!

Sopa paraguaia. Uma torta de queijo, cebola e milho

Mas o melhor estava guardado para a sobremesa... Um doce de leite feito na fazenda com leite do gado criado lá mesmo. Cozido por 8h no fogo, o doce de leite mais espetacular que já comi na vida. E eles levam o tacho onde ele é feito para ser raspado com colher. Igual ou até melhor que o de MG. Só ele já vale o passeio!!!

De volta ao hostel fiquei conversando com umas meninas que jogavam sinuca e tomando cerveja juntos. A holandesa estava no meio e uma outra era a Fernanda, com quem tenho contato até hoje.

Apesar dos pesares, o segundo dia em Bonito foi bom, mesmo não tendo sido em Bonito. Será que a primeira impressão é realmente a que fica?

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