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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Série atrativos de Bonito e região, parte 08

Depois de algum tempo sem postar por dificuldades técnicas, estou de volta e volto a falar sobre o tempo que passei em Bonito. Como prometido no Instagram (@pedalador_de_historias) e no Facebook (Pedalador de histórias), vou falar sobre outro passeio de cachoeira que visitei, mas que tem muito mais do que só as cachoeiras. Hoje vou falar sobre a Ceita Corê.

Em Tupi-Guarani, Ceita Corê significa "terra de meus filhos". Como a quase totalidade dos passeios, é uma propriedade particular que abriu suas portas para a atividade do turismo. A chegada acontece ao lado de um lago maravilhoso de águas cristalinas que é ligado a uma piscina lateral construída para uso dos visitantes que podem nadar numa piscina com peixes que vem pra piscina junto da água do lago. Este lago é alimentado pela principal atração do passeio, que falarei mais tarde. De frente para o lago está a casa onde fica a recepção e o restaurante onde é servido o almoço (incluso no preço do passeio). Foi construída uma plataforma acima do lago para tirar fotos e pode contemplar o lago mais "a fundo" (tum tum tss).

Lago e plataforma

Após fazer o cadastro e passear um pouco para apreciar o receptivo "mais charmoso", o que é verdade, chegou a hora de juntar o grupo pra iniciarmos a trilha. O guia passou as instruções e informações e partimos. A trilha é bem fácil, sem muitas subidas e descidas.  Passamos por uma ponte suspensa e chegamos até o outro lado do "mini cânion" por onde o rio Chapena passa para seguirmos o caminho até as cachoeiras. Em nossa primeira parada tem uma cachoeira muito gostosa. As cachoeiras deste passeio não são tão altas, mas isto não tira a beleza e "gostosura" do lugar. Logo ao chegarmos, fomos recebidos por uma moradora local que nos deixou receosos para seguir. Alguns - eu incluso - aguardaram um pouco ela decidir o que fazer, se iria ou se ficaria bloqueando a passagem. Por fim, ela se foi e pudemos desfrutar da água que cai sem parar.

A moradora local

Primeira cachoeira

Gruta atrás da cachoeira

Massagem relaxante. Deliciosa!!!

São 6 cachoeiras no total, mas dois pontos do passeio me chamaram mais a atenção: o primeiro é uma cachoeira baixa, mais baixa que eu, mas que está numa parte bem larga e um tanto funda do rio, que é perfeita para nadar e apreciar a queda no meio do rio. A segunda é a cachoeira mais alta do passeio, que esconde uma reentrancia na rocha, por onde é possível ficar atrás da queda, porém dentro da água. Não tem gruta, apenas um recuo rochoso

Chegando na "Cachoeira da reentrancia" (batizada por mim, não lembro o nome real)

Descansando após atravessar o rio a nado e aproveitando pra contemplar aquela maravilha diante de mim enquanto a guia não me chamava para voltar e podermos seguir

Chegada na reentrancia atrás da cortina de água que visão especial

Agua verde esmeralda, um tom lindo. Só não é cristalina pela movimentação constante da água pelas quedas

Vista frontal da "cachoeira da reentrancia"

Seguem aqui outras fotos de outros pontos do passeio




Depois de tantos lugares espetaculares com paisagens de tirar o fôlego, de nadar e tomar banho em todos os pontos, atravessar rio e voltar, caminhar na trilha indo e voltando, a fome apertava e muito. Chegou a hora então de voltarmos. Bem na hora de voltarmos, na última parada ainda, eu senti um cheiro muito forte, como se fosse carniça misturada com "força". Fiquei aguardando aparecer um lobo-guará ou uma onça-parda na minha frente ou no meio do mato, mas não apareceu nada; ou meus olhos destreinados não tenham percebido. Uma pena. Mas tenho certeza de que havia algum animal grande por perto.

O almoço estava delicioso (comida eu não esqueço). Comida de fazenda num buffet com bastante variedade para repor as energias pois ainda havia a "parte principal" do passeio. Entre aspas porque é o diferencial, mas nada bate as cachoeiras. Após um tempo de siesta, a guia nos reuniu novamente para nos levar até a nascente Chapeninha. Ela nada mais é do que um buraco com aproximadamente 1,5m de diâmetro por onde brota água de dentro da terra em uma caverna subterrânea que possui, pelo menos, 155m de profundidade. Esta foi a profundidade máxima alcançada por um mergulhador na nascente. Aliás, a prática de mergulho com cilindro era uma das opções de atividades turísticas no local, mas foi interrompida após a morte de um mergulhador. Esta nascente alimenta o lago no receptivo e continua seu curso formando o rio Chapena. Apesar de não haver mais mergulho com cilindro, é possível fazer apneia (mergulhar apenas com o ar preso no pulmão) até onde conseguir. A guia levou alguns óculos de snorkel para emprestar a quem quisesse descer. O dia após o almoço ficou fechado, parecendo que iria chover e um pouco frio, então poucos se arriscaram a entrar na água. Eu, lógico, que entrei. E fui o único que arriscou descer. Após o "túnel" redondo que é visível de fora pela cristalinidade da água, tem um salão com aproximadamente 3m de altura e de largura, quase quadrado com alguns peixes pequenos e uma abertura ao fundo por onde a caverna continua descendo terra adentro. Eu desci umas 8 vezes, sempre tentando ir um pouco mais longe ou, no mínimo, ficar mais tempo memorizando o salão abaixo da superfície. Eu só parei de descer, pois na última vez me acabou o fôlego ainda na descida e, como o espaço é bem estreito, foi difícil girar para subir. Foi aí que a guia sugeriu que já estava bom. Hehehe. Neste salão a visibilidade é baixa pois entra pouca luz vindo de fora. Eu tentei filmar o salão mas a camera não captou o que os meus olhos captaram. Deixo-vos, então, apenas com a "vista aérea" da nascente. Valeu pessoal. Até a próxima.

Vista de cima da nascente

Uma das minhas descidas, filmada por um colega do grupo

4 comentários:

  1. OMG. Minha claustrofobia ficou agoniada com o "foi difícil girar para subir".... Meu coração disparou Kkkkkkk.... Sem contar o relato da morte do mergulhador. Afffff. Kkkkkk

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