(Relato escrito em 08/09/2020): Na segunda, 07, acordei cedo e comecei a preparar minhas coisas para ir. Pedi para deixar algumas coisas na casa dele (Junior), para não ir com tanta coisa só por alguns dias, e ele permitiu. Eu, pelo o que ele me falou, iria ficar alguns dias acampando, passando por vários lugares. Minha primeira parada seria o "Vale encantado". Ele me fez um mapa explicando como chegar e funcionou. Dei apenas uma pequena errada no caminho logo no começo, mas não prejudicou em nada. De vez em quando, eu parava para ter certeza que estava no caminho certo, mas fui sem problemas. Quando cheguei ao local, estava fechado. Chamei, bati palma e nada. Resolvi pular a cerca. No vizinho tinha gente e perguntei sobre o local. A mulher me falou que o dono havia morrido há mais ou menos dois meses e, por este motivo, mais a pandemia, os filhos não estavam cuidando apropriadamente, mas que a trilha para as cachoeiras era logo ali. Subi até à cerca de volta e passei a bicicleta também. Encontrei o começo da trilha e, alguns minutos depois, já vi a primeira cachoeira. Uma queda pequena com uma roda d'água. Eu vi um rastro de algo que já havia sido uma trilha um dia e comecei a seguir, mas estava bem encoberta por folhas e vegetação, então eu rapidamente desisti. Tentei ir para o outro sentido do rio, mas cheguei à uma casa e não prossegui. Então, voltei para onde ficava o restaurante do local. Comecei a procurar uma tomada, mas imaginando que não estaria com a eletricidade ligada. Neste momento, vi um homem olhando para mim, com cara de poucos amigos. Juntei toda a minha cara de pau e falei que viajava de bicicleta e que tinham me indicado ir até lá. Ele só falou que o local estava fechado. Ainda tentei falar uma segunda vez, dizendo o nome do Junior para ver se resolveria, mas não adiantou de nada, só falou que estava fechado. Eu só agradeci, pedi desculpa e fui embora.
Início da pedalada na Rodovia do Peixe
Não tenho certeza da espécie deste pássaro
Uma das cachoeiras no "Vale Encantado"
Comecei ali minha saga para visitar vários outros lugares ao longo da Rodovia do Peixe, que se estende acompanhando o Rio Vermelho. O Vale Encantado, onde eu estava, fica a mais ou menos 25km da cidade e eu peguei uns 500m iniciais da tal rodovia para ir até lá. Agora, eu teria mais uns 15km até voltar à ela, só que no final dela, para ir visitando os lugares recomendados enquanto voltava para a cidade. O maior problema, porém, era o sol das 13h que eu estava encarando.
Quase chegando à rodovia, faltando uns 3 ou 5km, passei por uma construção e parei para pedir informações e ter certeza que ia pelo caminho certo. Me ofereceram água, uma garrafa cheia, congelada, deliciosa e fizeram uma das melhores perguntas que um cicloviajante pode ouvir "Já almoçou?". Esta pergunta, normalmente, vem acompanhada de um prato de comida e foi exatamente este o caso. Arroz, feijão, churrasco e carne de panela com mandioca. Ainda fiquei ali descansando um tempo, mesmo depois do pessoal ter ido levar as crianças para tomar banho de rio. Tentei tirar um cochilo, mas tinha outro pessoal ali ao lado que ligou música alta e eu fui embora.
Realmente eu estava perto e era só descida. E descida forte. Só que, como eu estava pedalando fora do asfalto, havia muitos buracos, pedras e areia, que não me permitiram embalar. Foi um teste para os freios!!! Logo no começo da descida, passei por um buraco que fez a minha mochila voar da caixa. O saco de lixo, que eu uso para envolver a mochila e proteger de chuva, tinha rasgado, então eu tinha deixado sem nada, afinal, não havia previsão de chuva tão cedo. Sujou toda a mochila de areia e pó. Em alguns momentos, eu precisava descer da Frankenstina e empurrar com o freio acionado (era mais segurar pra ela não ir embora sozinha do que empurrar, de fato). Meu primeiro destino na Rodovia do Peixe seria a Cidade de Pedra, que fica no final da rodovia, que não liga a lugar algum, ela simplesmente acaba. Não demorei muito para chegar no local após pegar o asfalto, só mais 3 ou 5km. Ainda peguei alguns metros de terra e, claro, um pouco de areia para chegar. Já na entrada do local, a moça me falou que a entrada era R$30, mesmo já sendo 15h, não tinha área de camping e era só piscina de água quente. Fiquei alguns minutos ali decidindo o que iria fazer, pois não gosto de água quente, meu negócio é água gelada, principalmente depois de passar o dia pedalando no calor de 40°C do MT. Resolvi ir embora e procurar outro lugar, pois ele tinha me recomendado vários. No caminho, parei numa "gruta" que, nada mais era, do que um "túnel" baixo, cheio de morcegos, com duas saídas com uns 50m de extensão e só. Serviu apenas para perder o ritmo do pedal.
Entrada da "gruta"
Acima da gruta
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