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sábado, 7 de setembro de 2019

Companheira de sempre

Desde criança algumas coisas me acompanham até hoje: bola (principalmente de futebol, mas mais tarde a de basquete se juntou), música (graças a minha mãe, apesar de eu ter me "aprofundado" mais) e viagens, onde adquiri meu amor por água. Quando eu tinha aproximadamente um ano, morando ainda na capital paulista, fomos para o litoral sul do estado, na cidade de Itanhaém. Ao chegar na praia, saí correndo em direção ao mar. Vendo que a onda era mais forte que eu, sentei na beira da água e brinquei. Porém, de volta ao hotel, que tinha uma piscina, novamente saí correndo e, desta vez, pulei na água. Meu pai correu atrás e pulou comigo.

Eu cresci indo para Florianópolis, visitar meus avós e tios, indo a praia. Passávamos as férias de dezembro e janeiro lá. Só voltávamos depois do aniversário do meu irmão no começo de fevereiro. Íamos sempre pra lá.

Mas outra coisa que também me acompanhou a vida toda foram as mudanças. Com 2 anos e meio, aproximadamente, mudamos para Franco da Rocha na grande São Paulo. Depois de alguns anos fomos para Ponta grossa PR. De lá, voltamos para SP, mas pro interior, em Americana. Mais uma mudança, desta vez para o nordeste. 6 anos morando em Campina Grande PB, onde mudamos 4 vezes dentro da cidade (uma casa que ficamos alguns dias até achar uma casa de aluguel e 3 casas alugadas). Em 2008 voltamos para SP, mas para Ribeirão Pires, no "grande ABC". Um ano e pulamos para Santo André. Mais algum tempo e voltamos, enfim, para SP, onde moramos em duas casas na ZN, até que casei e fui morar com minha esposa.

Após a morte dela, continuei minha peregrinação costumeira. Fui morar com alguns "amigos" (quer dizer, com um "amigo", os outros foram legais) no centro de SP e, após sermos todos expulsos da casa, fui para o Ipiranga, voltando às minhas origens.

Trabalhei por 10 anos como treinador de futebol em escolinhas, clubes profissionais, categoria de base, centros de formação de atletas, projetos sociais, campo, society, futsal... Meu último emprego no futebol foi num projeto social na favela de Heliópolis chamado Unidos de Vila Carioca. Eu sempre admirei o trabalho realizado por eles, tanto pela ação social, como pelo desempenho das equipes, que sempre disputavam as competições para ganhar, e sempre tive vontade de trabalhar lá. Em 2015 eu finalmente consegui alcançar esta meta, que não era realmente uma meta, mas um desejo. Continuei lá após minha morte, até que, no final de 2017, o projeto teve seu financiamento encerrado, e fui desligado pois o clube não tinha mais como pagar meu salário.

Deprimido, entediado, não sabia o que fazer da vida, acordava, passava o dia todo sentado no computador, saindo apenas para comer. Uma semana fiquei assim, até que me enchi e resolvi fazer uma das coisas que sempre me acompanharam desde pequeno: viajar. Escolhi um lugar no litoral onde ainda não havia ido e que não fosse tão longe. O lugar foi Ilhabela. Reservei um hostel e fui.

Assim que cheguei no hostel (Casa dos Oliveiras, recomendo), conheci um cara que estava indo embora. Este cara havia saído de Campinas e rumava para o Acre. De bicicleta! Quando ele me contou apenas estas informações sobre ele, algo dentro de mim se manifestou e disse: "É isso que vou fazer".

                   Mirante do coração
            Vista da praia do Jabaquara.
         Aluguei uma bicicleta e fui. 16km.
                   Praia do Jabaquara.
                Plataforma no caminho.
                 Usei pra dar uns pulos.
              Quer cachoeira? Também tem.
                    Cachoeira do Veloso.
                      Uma de muitas.

6 comentários:

  1. Olá Lucas, nós tropeçamos no destino e caimos na mesma estrada. Estou querendo seguir esta estrada amigo, mas simto que a hora esta por vir. Vamos trocar pedal logo ali na curva. Um abracão L u c a s!

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  2. Curtindo suas histórias aqui. Gratidão por esse presente! Abraço!

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  3. Fotos lindas, amigo. Sorte na jornada! Saudades.

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    1. São lindas porque eu não apareço nelas. Hahaha. Valeu mano. Saudades de tocar e não receber de volta. Abraço.

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