Pesquisar este blog

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Cidade???

Como o post de hoje não terá fotos da cidade, irei postar umas fotos que estavam perdidas, no cartão de memória de uma câmera antiga que eu tinha. São fotos que eu sabia que tinha de Campo Grande-MS, mas não lembrava onde estavam, da minha visita ao Morro do Ernesto, apesar de não termos subido o morro, termos ido apenas tomar banho nas cachoeiras. Aconselho, inclusive, a abrirem as fotos para melhor visualização. Lembrando que, no relato, as partes entre parênteses são comentários de hoje sobre o que eu escrevi lá atrás no caderninho.

Lago na entrada (que acredito ser artificial), com o Morro do Ernesto ao fundo. O pessoal vai muito lá para ver o pôr-do-sol, mas, na época, só abria de final de semana. Não sei como está agora


Primeira cachoeira, que, na verdade, é a última de cima pra baixo. Como chegamos de baixo pra cima, é a primeira. No alto do barranco, do lado esquerdo da foto, tem uma pessoa se preparando para pular na água. Eu até subi, mas não tive coragem de pular e voltei para trás

Mais para cima do rio

Segunda "cachoeira", que nada mais é, do que uma corredeira


Última cachoeira

Não subimos o morro, pois ficamos muito tempo na água e não deu tempo. Vimos o pôr-do-sol de baixo mesmo

24/08/2019: Sábado (antes de sair para o pedal). Nem deu pra aproveitar muito a cidade. Como não consegui hospedagem gratuita, tive de ficar no hotelzinho e limitou minha estadia pela grana. Mas eu fiquei sabendo de, pelo menos, 5 cachoeiras na região. Uma delas é, inclusive, chamada de "cataratas do Mato Grosso" ou "mini foz do Mato Grosso", algo assim. Eu até pensei em ir lá agora, pois fica no caminho para a próxima cidade, mas, pelo que li dos relatos, lá não tem estrutura alguma e, a trilha que leva até lá, passa por dentro de fazendas, vai beirando o abismo do vale do rio e tem grandes riscos de queda, pois a terra não é firme (chocante descobrir que a terra não é firme ao lado de lavouras agrícolas). Então, infelizmente, não vai dar pra ir (fora que a sinalização é ruim e seria fácil me perder ali). Então, sigo meu "novo" caminho, rumo a Barra do Garças. Primeiramente, eu iria sentido Rondonópolis, mas já haviam me indicado ir para Barra do Garças. Eu dei uma sondada e lá é uma cidade grande, pros padrões do Mato Grosso, cerca de 60mil habitantes e que tem algum turismo. São várias as cachoeiras, algumas dentro da cidade, aventura e até águas termais. Não que precise, neste calor do MT, mas tem. Vou desviar um pouco do meu caminho e a Chapada dos Guimarães vai ter de esperar um pouco mais para a minha chegada. Vou fazer uma parada em 70 ou 100km, dependendo do meu pique. Tem uma vila a 71km daqui. Se eu estiver disposto, ou se não encontrar hospedagem lá, sigo mais 30km até a cidade de Ponte Branca.

(Depois de chegar) Achei que estava voltando ao meu ritmo bom, mas hoje foi punk. Nem sei ao certo quanto tempo levei para chegar. Depois de 6h eu parei de contar. O começo foi tenso. Estrada muito movimentada (Goiânia-Cuiabá), cheia de caminhões, com acostamento ruim. Isso, quando tinha acostamento. Foram uns 15 ou 20km assim. Cheguei, então, na rodovia que iria desviar do caminho. Estrada com asfalto preservado, pois quase não tem movimento. Acostamento certinho o tempo todo. Eu até quase causei um acidente!! Dei uma relaxada num dado momento e saí do acostamento, indo para a estrada (sempre ando no sentido do carro, nunca na contra-mão. Aliás, sempre andem no sentido do carro, nunca na contra-mão!!!). Não estava passando carros fazia algum tempo e relaxei. Estava fazendo uma curva para a direita e vinha uma caminhonete no sentido contrário. Eu estava olhando para alguns pássaros que passavam acima de mim, quando, do nada, apareceu um carro voando, no sentido que eu vinha, atrás de mim. Ele desviou de mim, indo pra cima da caminhonete e ela desviou para o acostamento. Aí, eu voltei para o acostamento, pedindo desculpas para ninguém, mas para todo mundo. Não se pode relaxar em estrada. 

Então, com quase 4h de viagem, acabou o asfalto e começou uma estrada de terra horrível. Cheia de subidas, areia em vários pontos e "costela de vaca" - aquelas lombadas de terra em sequência, formadas naturalmente - em vários outros. Eu já não aguentava mais. Cada subida era uma parada, em qualquer sombra que encontrasse. Mas, finalmente, cheguei em Araguainha. Que foi quando eu descobri que não é uma vila, é uma cidade mesmo, com prefeitura e tudo. A menor cidade do estado do Mato Grosso e a terceira menor do Brasil, com uma população de 956 habitantes (pelo que me disseram). Parei numa borracharia que tinha um bar ao lado, bem na "entrada" da cidade. Comecei a puxar papo com o pessoal lá, seguindo uma dica que recebi de um colega que já foi cicloviajante, mas que eu ainda não havia colocado em prática: fazer amizade com os bêbados da cidade, pois eles conhecem todo mundo. E eu assim fiz. O problema, foi que eu fiz amizade com um cara MUITO bêbado. Ele perguntou meu nome 4 vezes, me abraçou várias outras, disse que iria arranjar um lugar pra eu dormir, me pagou algumas cervejas, pelo menos isso, e acabou dormindo num outro bar que me levou, depois de mijar no chão. Ali eu percebi que não ia dar em nada e fui caçar um hotel. Tem apenas um na cidade e estava fechado, pois os donos estavam viajando. Deixaram uma mulher cuidando, mas ela estava sumida. Após alguns telefonemas de vizinhos do hotel, acharam a mulher. Consegui um desconto, que era todo o dinheiro em moeda que eu tinha, já que não passava cartão, e tô aqui agora. Amanhã já parto, mas tô achando que vou pedalar os 30km até a próxima cidade e parar de novo, pois estou cansado!

(Depois que fui embora de Araguainha, é que fui saber que a cidade possui a maior cratera, causada por um asteroide, na América do Sul. Para ler sobre este fato inusitado, acesse o link a seguir).

https://matogrossomais.com.br/2018/11/26/araguainha-a-cidade-que-esta-no-centro-da-maior-cratera-de-asteroide/

575km pedalados entre cidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário