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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Pizza meia diversão/meia trabalho

Olá, você. É, você mesmo. Você que tá lendo este blog pela primeira vez. Seja bem vindo. Aqui eu conto as minhas histórias e algumas outras histórias que ouço pelo caminho. A maioria delas eu escrevi num caderninho e vou passando dele para este local da interweb. A data inicial é o dia em que escrevi o relato e as partes entre parênteses são comentários de hoje sobre o que aconteceu na época que escrevi no caderninho. Divirta-se. E, caso não esteja entendendo, leia os posts anteriores.

11/02/19: Dia 06, quarta. Acordamos cedo e ficamos esperando a Lucia, esposa do Beto, chegar com os remédios para o gado. Até lá, o papo rolou solto. No meio da manhã, ela chegou, acompanhada de uma amiga, enquanto eu já havia voltado para a "jardinagem". Fui até onde consegui antes de parar para o almoço. Depois do almoço, e da "siesta" obrigatória, fomos, então, cuidar do gado. O bom é que a raça dele, Caracu, é bem mansa e me deu coragem de ajudar a tocar para o "mangueiro", local onde foram vacinados. De dois em dois ou até de três em três. Após a primeira leva terminada, voltei para a grama, enquanto o Beto terminava a outra parte. Desta vez, não choveu e consegui fazer uma boa parte e rastelar, juntando em montes o que já tinha feito. À noite, mais papo até a hora de dormir.

Dia 07, quinta. Dei uma preguiçada na cama antes de levantar e ficou mais tarde do que nos outros dias. Fiquei o dia todo na grama, até a hora que choveu e parei. Quando a chuva passou, ainda voltei ao trabalho, mas ela também voltou e dei por encerrado o dia. Por volta das 21h, a Lucia chegou com os filhos e o Marc, um francês, amigo do Beto há muito tempo, décadas, desde quando veio ao Brasil pela primeira vez, sem falar uma palavra de português. Um ano depois, voltou falando fluente.

Dia 08, sexta. Este foi o dia de passear trabalhando. Andamos a trilha toda com rastelo, para deixá-la bem marcada e limpa das folhas, galhos e até algumas árvores, que foram derrubadas pelos ventos fortes e chuvas. Numa destas árvores caídas, um tipo de abelhas fizeram colmeia (e é um tipo mais agressivo de abelhas, não são as abelhas normais). Na ida, passamos de boa, apesar do silêncio e da tensão. Na volta, elas deram uma intimidada, nos forçando a voltar e dar a volta pelo mato. Passamos pela bica de água de nascente e chegamos às Torres, três formações rochosas bem altas que são vistas a quilômetros de distância e que possuem vestígios de habitação de povos antigos. O sítio arqueológico conta com "panelas" construídas na rocha, utensílios de barro e outros materiais, que foram coletados e retirados do local (para serem conservados em museus e estudos serem feitos) e pinturas rupestres, como se só a beleza natural não fosse suficiente para valer o passeio.

Cajuzinho do cerrado, abundante no local.



As Torres, à distância


As Torres e o Pantanal da "Nhecolândia" à direita.



Bebendo da bica

Chegando nas torres


Chegamos

Uma das pinturas rupestres na "Casa do Barney". Quem quiser saber o motivo do nome, visite a fazenda Igrejinha e faça o passeio que o Beto explica


Mirante do Pantanal




(Quando chegamos nas torres, sentamos um pouco para descansar, mas também para aproveitar um pouco daquele lugar antigo e cheio de histórias que nunca saberemos.) Enquanto estava sentado, senti uma dor de picada na nádega esquerda. Um barbeiro, que devia estar muito faminto, pois picou por cima da roupa. Fiquei meio "cabreiro" com aquilo, mas minhas pesquisas apontaram que é bem difícil que eu tenha contraído alguma doença (mais tarde, de volta em Coxim, fiz um exame completo de sangue e não deu nada. A transmissão da doença de chagas se dá não pela picada, mas sim pelas fezes do animal que são "arrastadas" para dentro do corpo pelo buraco da picada quando coçamos o local). Na volta, já quase chegando ao final da trilha, mas ainda no alto da montanha, ouvimos um som que parecia de porco, mas, como estávamos na montanha, não podia ser. Acreditamos ter sido uma onça, apenas nos avisando que sabia de nossa presença e que estava de olho.

Já na volta. Marc, atrás e Beto à frente

Almoçamos na volta e, após o almoço, fomos tomar banho no rio que fica para o outro lado da fazenda. Os cães do Beto nos acompanharam e foram muito úteis, nos salvando de uma matilha (?) de ferozes quatis, que descansavam em baixo de uma árvore (estávamos de boa, relaxando na água fria, quando começamos a ouvir muitos gritos altos e esganiçados, árvores mexendo e ficamos alertas). Um dos quatis, inclusive, foi trazido para ser julgado, mas já estava morto ao chegar.  De tarde, voltei para a grama. Tava ficando craque no negócio já. 

Lagoa que fica logo ao lado do "mangueiro" (que é o local onde vacinamos o gado)

Os bichinhos se refrescando um pouco

Mais morros espetaculares pelo caminho ao rio

Marcas pelo caminho. O mais próximo que cheguei de um Lobo-Guará.




De noite, a Lucia chegou com os filhos para passar o fim de semana na fazenda e, também, comemorar o aniversário do Beto, com bolo de cenoura e cobertura de chocolate (saudades Lucia) e hambúrguer caseiro, acompanhado de caipirinha, feita pelo Gabriel, filho mais velho deles. 

Continua no próximo post.

Ps: quem tiver interesse em visitar o local, aqui vai o perfil no Instagram e, na sequência, a página no Facebook

https://instagram.com/fazendaigrejinhaecoturismoms?igshid=1m0n1uj0kpqs0

https://m.facebook.com/fazendaigrejinha/?tsid=0.9744973873547764&source=result

Segue também o site oficial
http://fazendaigrejinha.com/

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