Páginas

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Melhor lugar

Eu já falei que me apaixonei por Rio Verde de Mato Grosso???? Teve um lugar que contribuiu, e muito, para que este sentimento aflorasse. Seguindo o relato do caderninho, lembrando que as partes entre parênteses são comentários de hoje sobre o que eu escrevi lá atrás.

(Continuação do relato escrito dia 29/01/19, onde eu e a Helena estávamos indo conhecer a Fazenda Igrejinha) 29/01/19: Uma linda vista já no caminho, com morrarias e o Pantanal no horizonte. Chegamos e nos apresentamos ao Beto (dono da fazenda). Após bastante conversa, ele nos levou para conhecer uma parte da trilha nas montanhas, com mirantes maravilhosos (também nos levou para conhecer as instalações de hospedagem e o restaurante/refeitório. A Fazenda Igrejinha é um lugar não muito longe da cidade, 18km, mas que é, de fato, uma fazenda. Porém, o lugar é impressionante. Morros cercam dois lados da fazenda, que está no alto da montanha que faz a "divisa" do cerrado com o Pantanal. A trilha completa eu fui fazer algum tempo depois, mas fica para outro post, onde vou entrar em mais detalhes sobre o local).

Chegada à fazenda

Casa do Beto

"Na Kombi é melhor"




Helena, Beto, eu

Restaurante/refeitório


Peãozão, só que não


Entrada da trilha

Na volta, fomos recebidos com torrada, bolo de cenoura com cobertura de chocolate (saudades, Lucia), suco de acerola (natural, nada industrializado) e café para quem gosta (eu não tomo café). Uma delícia!!! Voltamos à noite para a cidade e o Beto me mandou uma mensagem, após eu ter dito que estaria indo a Coxim por não ter mais hospedagem por aqui, me convidando a ficar alguns dias com eles na fazenda, a partir de segunda, em troca de uma ajuda em algumas reformas que ele quer fazer. Amanhã, então, irei a Coxim e segunda, volto.

31/01/19: Ontem, quarta, 30, foi o dia de vir a Coxim, mas quase não venho. A Helena foi embora cedo de manhã e fiquei na responsabilidade de deixar a chave na casa de sua amiga quando saísse. Depois de ela ir embora, comecei a pensar no que faria, pois o shape do skate que segurava a caixa no bagageiro estava quebrando e eu não queria pegar estrada assim. Fui, então, atrás de uma serralheria ou marcenaria para ver o que podia ser feito. No primeiro lugar que achei, não faziam nada. No segundo lugar, me deram uma solução, mas lá também não faziam. Fui no terceiro, que fazia, mas estava lotado de serviço e não iria conseguir fazer no mesmo dia. Me indicou o vizinho e eu fui. Finalmente, achei quem podia e tinha tempo e ainda fez um serviço melhor do que o sugerido só de remendar. Colocou uma chapa de ferro e a soldou ao bagageiro e a caixa, prendi amarrando com cordas. 

Com a caixa firme novamente, voltei para almoçar e partir. Começando a arrumar minhas coisas, por volta das 14h, vi que tinha um raio quebrado na roda traseira. Corri para o ortopedista (bicicletaria) para arrumar, antes que ficasse tarde para viajar (tecnicamente, já estava, mas a distância não era tão grande, então iria encarar). Aproveitei e pedi para darem um banho na Frankenstina. 1h30 depois, estava pronta. Terminei de arrumar minhas coisas e saí, às 17h (loucura total). 

Tarde além do que gostaria, mas pegaria pouco tempo de estrada à noite, se tudo desse certo, pois calculei 3h de pedal. No percurso, parei uma vez para comer, algumas para beber água e tirar fotos e uma para olhar um tatu na beira da estrada que, se tivesse ido para o asfalto, teria me feito levar um tombo feio, pois eu estava numa descida. Porém, o único problema que tive, foi que a caixa ficou muito próxima ao selim e não conseguia sentar direito. Na estrada, isso trouxe um pouco de problema para fazer força no pedal e eu sentia um formigamento e dormência na região pélvica (mas, nada de grave aconteceu. Neste dia, eu não viajei com todas as minhas coisas. Como eu voltaria para Rio Verde de Mato Grosso na segunda, dia 04/02, conversei com a dona da casa onde estava, a amiga da Helena, e deixei grande parte das minhas coisas lá. Fui para Coxim com apenas roupas suficientes para os dias em que lá iria ficar, mais água, comida para a estrada e minhas ferramentas para cuidar dos primeiros socorros da Frankenstina, caso algo acontecesse. Eu tinha conversado com a Naiely e iria ficar na casa dela).

Parada no pedágio, que fica na metade do caminho, para comer, descansar, beber uma água e aproveitar a paisagem

Passaram voando por cima de mim. Estendi o braço pra ver se vinham na minha direção, igual a um vídeo que vi que acontece isso com ciclistas, mas não deu certo. Araras-canindé

Cheguei em Coxim com as exatas 3h que tinha planejado, mas ainda havia uma dificuldade: atravessar a ponte para entrar na cidade. Fiquei vários minutos pensando e criando coragem. Esperei o momento de não ter nenhum veículo e fui com toda a velocidade que consegui imprimir (eu já sabia da ponte, pois já tinha ido uma vez para lá, mas tinha esquecido dela. Tinha um medo terrível de pontes, há vários anos, após um sonho que tive, em algum momento entre os anos 2000-2002, não sei quando com certeza, ondd eu viajava com minha família para Florianópolis, com meu pai dirigindo e ele perdia o controle do carro logo ao entrar na ponte e caíamos no mar. Desde então, eu morria de medo de ponte. Toda vez que passava por uma, eu ficava apreensivo, me "escondia", quando estava em carro ou ônibus, e só relaxava quando ela acabava. Não era uma ponte grande, mas também não era apenas um córrego. Quase 200m de uma margem à outra do Rio Taquari. Depois deste dia, perdi o medo). 

Cheguei na casa da Nai quase às 21h e saímos para eu tomar isotônico e, nós, cerveja. Então, voltamos e fomos dormir. Hoje de manhã, quinta 31, ela foi trabalhar e fiquei sozinho, assistindo vídeos no youtube e ouvindo música. Quando ela chegou pro almoço, fez o que sempre faz, como tradição: preparou um tereré para tomar antes de ir fazer a comida. Fez um bife muito gostoso e comemos (ela que quis fazer o almoço. A única coisa que fiz nesses dias foi ficar na casa dela. Estava descansando e só passando o tempo. Como eu iria voltar para Rio Verde de Mato Grosso e depois voltar a Coxim, não me importei muito em conhecer a cidade, passear nem nada). 

222km pedalados entre cidades

Nenhum comentário:

Postar um comentário