No dia seguinte (23), ela saiu mais cedo pro almoço. Me contou várias coisas do passado dela e voltou ao trabalho. Saí para procurar emprego e descobri que meu telefone estava errado no meu currículo. Enviei por e-mail para um lugar (depois de corrigir, mas não deu em nada. Cidade pequena, as opções são poucas. E, as poucas opções que tem, normalmente necessitam de indicação de conhecidos) e depois fiquei passando o tempo, até que a minha amiga Helena, dona do Hostel Orla Morena em Campo Grande, chegou na cidade por insistência minha (eu vinha, desde quando cheguei na cidade, falando com a Helena sobre a cidade, os balneários, as atrações turísticas e o potencial turístico da cidade. A cidade poderia, tranquilamente, viver do turismo pela quantidade e variedade de atrativos. Metade do território do município está localizado no Pantanal e a outra metade em área de transição Cerrado/Pantanal. Por este motivo, a fauna e a flora dos dois biomas se misturam. Fora os rios de água cristalina e as cachoeiras maravilhosas, também tem ecoturismo, que eu vou falar em um ou dois posts futuros). Conversamos bastante e planejamos o dia seguinte (além do Hostel, a Helena também estava começando a mexer com agência de turismo. Ela já vendia Pantanal, estava começando a vender Bonito e a chamei para ir a Rio Verde para ver a possibilidade de começar a vender também lá).
No dia 24, fomos de bike a 3 locais: "Pousada Paraíso", que eu já conhecia, onde a apresentei ao Neres, o dono do local; "Rancho da Princesa", que não tinha ninguém, e "Sítio do Passarim", que tinha apenas a mãe do dono, mas que não sabia exatamente como funcionava o local. Mesmo assim, tomei banho nos 3. Houve conversa só com o Neres e a esposa, Elaine. Nesta conversa, a Helena já avistou outras possibilidades de negócio e começou a esquematizar um curso de guia com iniciação ao inglês. (O Rancho da Princesa e o Sítio do Passarim não são balneários. O Rancho da Princesa, como o próprio nome já diz, é uma hospedagem na beira do rio e não é possível ter acesso se não for hóspede. No Rancho da Princesa, como não tinha ninguém, apesar de estar com as porteiras e portões abertos, procuramos, batemos, chamamos e nada. Fomos então ao rio para tirar fotos e, claro, não desperdicei a oportunidade de me refrescar um pouco. No Passarim, após conversarmos por algum tempo com a mãe do dono, o Rafinha, a quem eu acabei não conhecendo, fomos ao rio. Desta vez, porém, com autorização. haha).
Rancho da Princesa
Rancho da Princesa
Sítio do Passarim
Companheiros que tivemos no banho no Passarim
Voltamos para a casa da Everlin, almoçamos e tiramos um cochilo. Limpamos tudo, juntei minhas coisas e fui para a casa onde a Helena estava hospedada, pois já haviam passado os dois dias que a Everlin tinha dito pra eu ficar lá (eu havia aprendido minha lição. A Helena tinha uma amiga na cidade, onde o pai dela costumava morar, mas ele tinha ido morar junto da filha, pois já estava muito idoso, então a casa estava vazia, completamente mobiliada. E, o melhor, ela fica de frente para a praça central da cidade. Conseguimos fazer comida, usar a geladeira, lavar roupa no tanquinho... Foi ótimo). De noite, combinamos com a Everlin para tomar um açaí. Acabou que ela foi para a casa de uma prima e tomou açaí na casa dela. Até apareceu lá, mas não ficou 5 minutos e foi embora, dizendo pra a gente tomar um tereré no dia seguinte.
Quando acordamos no dia 25, sexta, fomos à prefeitura conversar com algumas pessoas sobre nossa ideia do curso de guia (na verdade, a ideia foi da Helena, mas iríamos fazer juntos). Falamos com as secretárias da educação e do desenvolvimento. A primeira conversa rendeu apenas alguns contatos, que se mostraram inúteis para o que pretendemos. Na segunda conversa, com a Luciene, que é a dona do Rancho da Princesa e formada em turismo, a conversa rendeu muito mais em importância e contatos. Tentamos falar com as secretárias de turismo e assistência social e também com o prefeito, mas não os encontramos. De tarde, pegamos as bikes e fomos ao 7 quedas nadar um pouco e relaxar. Quando voltamos, nada de tereré com a Everlin, que disse que iria sair com a prima para deixar as coisas prontas para viajar para casa dos pais (que moram em alguma outra cidade, que não lembro qual) na noite seguinte.
No sábado, 26, fomos à uma reunião que havíamos marcado com um dos contatos que a secretária da educação nos passou (o contato era de um dono de uma indústria cerâmica da cidade, uma das várias, e seu parceiro, em um projeto que tentavam desenvolver. Cerâmica é um dos principais produtos e fontes de renda de lá. Eles têm alguns contatos com pessoas do SEBRAE e queriam reabrir a "rota das monções", um antigo caminho usado pelos índios para ir ao Pantanal e usado também pelos exploradores [assassinos e escravagistas] do ouro e diamante, mas, agora, como roteiro turístico. Já existe um tipo de passeio sendo feito nesta rota, mas eles queriam, ou fazer outro, ou tomar conta do existente, expandindo-o, não me recordo agora qual era). Eles têm um projeto grande de uma rota de turismo, mas sem mão de obra qualificada. Ficou com uma cara de projeto "elefante branco" (o que me lembrou a mim mesmo: vários planos e projetos, mas sem ter a menor noção de como realizá-los, nem mesmo se é possível torná-los reais. A diferença é que ele é um senhor de mais de 60 anos, dono de uma fábrica. Possui o dinheiro e os contatos. Porém, até hoje, mais de um ano e meio depois, o projeto não foi pra frente. Realmente, saímos de lá com a sensação de que não ia virar nada. Fomos lá para apresentarmos o nosso projeto e, a única coisa que fizemos, foi ouvir os sonhos um tanto quanto "fora da casinha" do gentil senhor.)
Continua no próximo post.
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