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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Série atrativos de Bonito e região, parte 11 e final.

Hoje vou falar sobre o último passeio que visitei enquanto ainda estava trabalhando na agência e, consequentemente, encerro o capítulo "Bonito-MS" da minha vida. O passeio é o Rio do Peixe. Eu tive a sorte de fazer novamente o passeio este ano, acompanhando um casal de estadunidenses. Na verdade, eu os convenci a fazer o passeio. Valeu a pena para eles e valeu muito a pena para mim, pois eu pude tomar banho de cachoeira e eles me mandaram as fotos que eles tiraram com câmera de qualidade, pois meu celular já estava nas últimas quando visitei pela primeira vez. Portanto, as fotos que vocês verão neste post são todas deste casal, porém eu estava junto.

Este passeio é um que ocupa o dia inteiro; ele é dividido em duas partes, pois possui cachoeiras em duas direções opostas na fazenda. Antes do passeio começar, ainda no receptivo, o visitante tem a oportunidade de brincar e tirar fotos/fazer vídeos com as amigáveis araras-azuis que lá residem. Também é possível encontrar as araras-vermelhas e as araras-canindé, mas estas são menos amigáveis e mais desconfiadas, não permitindo ser tocadas ou muita proximidade. Aconselho a todos segurarem as araras, porém é preciso tomar cuidado com óculos, brincos, botões, colares, binóculos e qualquer outro acessório que possa estar usando, pois elas são curiosas e destrutivas com poderosos bicos mordedores. Não há perigo de lesão, contanto que não coloque a mão/dedo em suas bocas.

Arara-vermelha comendo sementes e frutas pelo chão


Uma das araras-azul que moram lá. A distância era para preservar meu óculos, que quebraram uma semana depois.


3 araras-azul na foto.

Já sem o óculos, pude deixá-la chegar mais perto.

Arara-canindé que também aparece por lá ocasionalmente.

O passeio começa atravessando o pasto que tem de frente para a casa onde fica o receptivo. Logo chegamos ao início da trilha que vai nos levar às tão esperadas cachoeiras existentes no Rio Olaria, porém o guia nos "engana", e passamos direto por elas sem parar para banho, apenas alguns minutos para fotos, até chegarmos na "Elefante" (ou cabeça-de-elefante, um dos dois). Nela fizemos nossa primeira parada para banho. Uma cachoeira deliciosa, com uma mini gruta atrás da queda, com lugar para se apoiar e até sentar nas pedras. Ela possui um poço bem legal para banho, com uma parte um pouco mais funda. Para os que não possuem muita habilidade na água, existe uma corda de apoio para se puxar até a gruta. Como estava meio frio, as pessoas estavam meio tímidas de entrarem. Um cara lá, que também fazia o passeio, entrou logo atrás de mim e me disse que, se eu não entrasse, ele também não entraria. Não consigo entender esta timidez/medo social... Se quer entrar, entre!!!

É possível ver (com um pouco de esforço e imaginação) uma cabeça de elefante formada nas rochas atrás da água que cai sem parar.

Continuando a trilha, chegamos - após passar por uma bela corredeira ao lado esquerdo da ponte e por dois trechos de banho no rio, mas apenas passando, pois o banho seria apenas na volta - à última cachoeira do passeio pela manhã. Esta cachoeira é o encontro dos rios Olaria e do Peixe. A plataforma de caminhada leva até a cara da cachoeira, a aproximadamente 5m acima do nível da água. Nesta plataforma, os corajosos têm oportunidade de saltar em direção à cachoeira e cair em um poço mais ou menos circular, quase isolado do resto do rio, não fosse por uma pequena abertura entre as rochas que conectasse esta água ao leito do rio. Apesar de já ter pulado da primeira vez que fui, fiquei com receio e frio na barriga novamente. E, admito, com medo de pular. Até demorei algum tempo para cair na água. Precisei da "ajuda" de um menininho estadunidense que também estava no passeio (com outra família, não junto do casal que eu estava trabalhando de intérprete) que fez uma contagem regressiva para mim.



Após passar algum tempo na plataforma de saltos, chegou a hora de voltar e passar por uma das cachoeiras mais bonitas; ela não é uma queda, é uma corredeira, mas é toda enfeitada de belas flores ao redor e com muito verde. Não tem um poço de banho, mas é possível chegar até ela pelas pedras.

Por ser muito raso, é ótimo para crianças brincarem

Próxima parada era banho no leito do rio. Águas calmas, cristalinas e cheias de Piraputangas esperando comida que os turistas costumeiramente jogam (apenas ração que pode ser adquirida no receptivo do passeio). Tem uma pequena queda d'água um pouco afastada da plataforma construída até o leito do rio, mas é possível chegar nela com apenas um pouco de esforço, pois a água é realmente bem tranquila. Este é um momento para apenas relaxar na água, brincar com os peixes e nadar mais livremente, com bastante espaço para ir e voltar. Uma delícia.

Todo este espaço de rio para curtir livremente (até que o guia chame para ir embora)

Corredeira da parada anterior ao fundo

Piraputangas se juntando para comer a ração jogada pelos turistas

Água cristaliníssima e um peixe lindo (e delicioso também)

Após algum tempo nadando por lá, chegou a hora de voltar. Nossa caminhada nos leva de volta aos dois primeiros pontos de parada para foto que não tomamos banho: uma pequena cachoeira e um espaço grande de rio onde tem uma tirolesa para se jogar na água. Lógico que eu fui um dos primeiros, senão o primeiro, a cair na água. Os outros foram seguindo após mim. Não tenho fotos deste trecho, porém tenho algumas fotos de belezas encontradas pelo caminho.


Se não me engano, este é o pássaro conhecido como "Alma-de-gato"


Como este passeio é dividido em duas partes, que ocupam o dia inteiro, o almoço está incluso no valor do passeio. Ao voltarmos para o receptivo, fomos recebidos pelos ariscos e malandros macaquinhos que aparecem na hora do rango, prontos para tentar roubar alguma coisa para beliscar. O restaurante precisa ficar o tempo todo com a porta fechada, pois, qualquer descuido, um dos bichinhos entra e sai correndo carregando alguma coisa para comer. O almoço no Rio do Peixe é conhecido como "o melhor almoço de todos os passeios", e não é sem motivo; um buffet enorme com várias opções de salada e várias opções de comidas quentes que te fazem ficar em dúvida do que pegar para comer, pois ninguém consegue comer tudo! Sem contar com as também várias opções de sobremesa disponíveis. É para se acabar de comer e deitar no redário até a hora de sair para a segunda parte do passeio.

Os ladrõezinhos safados!!!

Só na espreita...

Após um belo almoço, com várias sobremesas e o descanso no redário, chega a hora de partir para a segunda parte do passeio. Essa parte é mais curta, são apenas 3 paradas para banho, sendo duas cachoeiras pequenas e mais uma tirolesa, um pouco mais alta que a primeira. Eu, infelizmente, não tenho fotos desta segunda parte, pois, como falei no início do post, meu celular já não prestava mais para fotos e na segunda vez que fui, como intérprete, o casal que eu acompanhei decidiu ir embora após o almoço. Para eles já estava suficiente. Porém eu aconselho irem no passeio todo. Tanto porque é agradável e divertido, como porque você tem mais chances de ver animais passeando por ali.

Como o casal decidiu ir embora, fomos. Eles estavam hospedados em um hotel afastado da cidade, "no mato", na margem do Rio Formoso, o principal rio da cidade. Eles deram muita sorte de encontrar pelo caminho um tamanduá-bandeira e uma anta. Conseguimos chegar razoavelmente próximos a eles e foi muito agradável.


Conseguimos chegar próximos ao tamanduá-bandeira



A anta é um animal muito estranho...

Mutum-preto, pássaro que convive com os humanos na área aberta do hotel onde estava hospedado o casal estadunidense

Chega ao fim meu tempo e minhas experiências em Bonito. Teve muita coisa que aconteceu em 5 meses. Coisas boas e ruins, conheci pessoas que estão comigo até hoje e conheci pessoas que passaram e não ficaram. Conheci pessoas que foram importantes por algum tempo e logo perderam a importância que tinham. Mas a vida é assim: cheia de altos e baixos, "vais-e-vem", idas e vindas... Tudo passa, menos uva passa. É tudo passageiro, menos cobrador e motorista. "No caminho, apesar dos buracos", como diz um amigo meu. Obrigado a todos que conheci em Bonito, obrigado Bonito Way pela oportunidade que me deram, obrigado aos amigos que ficaram e aos que foram, obrigado também aos que deixaram de ser amigos. Melhor sem vocês do que com. 

Fiquem atentos para a próxima série, que será uma "mini-série", comparada a esta. Menos capítulos, mas não menos intensos.

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